Estudante de Engenharia Civil fala sobre experiência no Top China

De 23 de julho a 15 de agosto, as estudantes Flávia Rabelo, de Meteorologia, e Maria Elisa Costa, de Engenharia Civil, estiveram na Universidade de Shangai Jiao Tong, na China. O intercâmbio aconteceu graças à parceria Ufal e Santander, no Programa Top China. Abaixo, Elisa fala sobre sua inesquecível experiência:


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Ufal sendo representada na Muralha da China
Ufal sendo representada na Muralha da China

“Depois de 21 dias do outro lado do mundo, chegar trazendo na bagagem uma experiência como a que foi vivida é bastante gratificante. Entender que por mais que a distinção de culturas seja chocante, conflitante, há sempre um espaço para a formação de conhecimentos, e muitas amizades.

O tempo de estadia ficou dividido em aulas do curso de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e os passeios culturais: viagens, visitas. As aulas foram realizadas na Universidade de Jiao Tong em Shanghai, no Xuhui Campus, localizado no centro da cidade de Shanghai, local também onde sediava o hotel ao qual ficamos hospedados.

As aulas, todas em língua inglesa, mostraram-se bastante interdisciplinares, os professores expuseram em suas apresentações assuntos como: Qualidade da Água, Saúde, Poluição, Administração Sustentável, Geologia, Meteorologia, Fungos, dentre tantas outras. Houve também aulas da Língua Chinesa e de sua caligrafia, onde se pode tentar aprender algumas palavras, eram as aulas mais divertidas!

Nos passeios, um dos que mais impressionou foi a visita ao Shanghai World Financial Center, o observatório mais alto do mundo, com 100 andares e 492m de altura. Esse passeio aconteceu no terceiro dia de viagem, e eu já saberia que dificilmente haveria mais um dia tão realizador quanto aquele. Acho que o fato de eu ser uma aluna do curso de Engenharia Civil já justifica essa definição. No mesmo dia, foi possível conhecer um museu que abrigava toda a infra-estrutura envolvida na Expo Shanghai 2010, era um edifício de quatro andares para a apresentação dos projetos que estavam sendo realizados para essa feira que acontecerá ano que vem. Eram muitas maquetes, vídeos e outros entretenimentos que nos provavam que o slogan Better City, Better Life estavam sendo cumpridos com muita ousadia, criatividade e beleza.

No programa Top China, foram realizadas diversos passeios culturais e alguns deles consistiam em viagens para outras cidades da China. A primeira delas foi para Suzhou e Wuzheng. Um vilarejo próximo a Shanghai, onde foram visitados diversos jardins de imperadores antigos, dentre eles o Tiger Hill e o Zhuozhengyuan Garden. São locais turísticos bastante visitados de uma beleza característica, e sempre como muito verde.

Outra foi a visita a cidade de Xi an, a primeira capital da China, por isso sua particularidade na arquitetura. É aquela cidade que se não fizer parte da rota turística, a viagem não é completa. Ela possui 5000 anos e muitas histórias, e foi surpreendente, depois de 15 dias na China, achando que os olhos já estavam acostumados com a paisagem, percebe-se que não se pode subestimar um povo guerreiro, organizado, e por aí se entende o que quer dizer cultura milenar.

Os lugares começaram pela casa de veraneio do imperador que abrigou uma historia de romance entre o imperador Tang Xuanzong e sua amante Yang Guifei, o local era enorme, com uma entrada fabulosa, uma parada obrigatória para fotos, uma manhã mais que agradável, mas nada que superasse a tarde: os guerreiros de terra cota. O Exército do imperador Qin, compostos por milhares de guerreiros de barro para guardar o corpo do imperador, quando esse morresse. Capricho? Talvez, mas as figuras em tamanho e estilo natural, com diferentes indumentárias e penteado, de acordo com a patente, é encantador, principalmente para quem esperava meia dúzia de esculturas que não seria possível enxergar. O complexo que abriga os guerreiros é gigantesco, para multidões, composto pelos pavilhões das escavações e por um museu, meia tarde, foi pouco. Para completar o dia, decidimos ir ao teatro pela primeira vez na China, Sunshine Grand Theather, o espetáculo Tang Dynasty Ode, único, as mulheres pareciam deslizar no palco, enquanto que os homens parecia estarem defendendo seu território bem ao nossos olhos.

E na última semana, depois de alguns pedidos o Banco Santander resolveu nos oferecer a viagem a Pequim, que desde o começo já foi a realização de um sonho, fomos de trem! São 10 horas de viagem, muito confortáveis nas nossas cabines e muito divertida. Logo ao chegar, fomos as muralhas, e apesar da subida cansativa, valia a pena estar ali. Em seguida, fomos a Vila Olímpica e demos de cara com o Cubo d’água e O Ninho do Pássaro mais ao fundo. Era muito difícil acreditar que um ano antes, estamos em frente a TV, assistindo a todos os jogos, a todas as competições. Impossível ver as piscinas e não lembrar do Michael Phelps e é claro do Cesar Cielo, estavam tão longe, e lá percebemos o quão realizador aquele espaço representava para eles, e para nós também. No Ninho, Usain Bolt e a nossa Maurren Maggi, entendi lá o que para eles era vencer, o choro dos brasileiros no pódio. Que lugar lindo!

Por fim, gostaria de agradecer a todos que contribuíram para a minha ida para essa viagem, desde idealizador do programa, o Banco Santander, que estava sempre preocupado com o nosso conforto na pessoa de Helena Brazão, que foi de imensa atenção e apoio. A Universidade Federal de Alagoas, que com sua competência pode ingressar nesse programa dentre universidades renomadas no Brasil, sendo representada por duas alunas, eu, da Engenharia Civil e Flávia Rabelo, da Meteorologia; e a Ascom, pelo apoio – quando visitávamos a página da Ufal lá na China, sempre víamos reportagem sobre nós.  A coordenação do curso, por me dar essa oportunidade em estar na China, por acreditarem em mim! Aos meus familiares, em especial meus pais e minha irmã, que colocaram os estudos como prioridade em casa e que davam sempre um jeitinho para que eu conseguisse concluir meu curso de inglês, e principalmente que apesar do susto ao avisar que eu iria para China, estavam cheios de orgulho. E finalmente, ao Pet Engenharia Civil, por ser mais que um programa para mim, por ser a minha casa, o lugar onde eu me sinto bem em realizar qualquer atividade, em passar todo o dia, obrigada aos meus colegas que me deram milhões de recomendações e ao professor e tutor Roberaldo Carvalho de Souza, que me deu a chance de ingressar no grupo e que está sempre me orientando durante o curso. Aos que quando passava pelo corredor, perguntaram por essa viagem também minhas lembranças por me fazerem lembrar, contar, mostrar, uma experiência como essa.

Espero que ano que vem, possam ir mais alguns alunos da Ufal permitir o bom convívio do BRIC.”