Banco de Dados do DNA Forense é apresentado na Câmara Federal
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Diana Monteiro – jornalista
O professor Luiz Antônio Ferreira da Silva, coordenador do Laboratório do DNA Forense, apresentou em Brasília nesta quinta-feira, dia 22, na Câmara dos Deputados, a experiência do trabalho que a Ufal vem realizando através do Banco de Dados de Pessoas Desaparecidas. Na oportunidade também apresentará a proposta de criação de um Banco Nacional de Dados de Pessoas Desaparecidas, pela necessidade urgente desse serviço no país.
A apresentação da proposta foi na CPI das Crianças e Adolescentes Desaparecidos a convite da deputada Andreia Zito, do PSDB/RJ e relatora da citada comissão, que é presidida pela deputada Bel Mesquita, do PMDB/PA. “Estima-se que anualmente 300 mil pessoas, entre crianças, jovens e adultos desaparecem no Brasil, e não são encontradas”, diz Luiz Antônio.
Segundo o professor, a CPI da Câmara Federal vem realizando um diagnóstico da situação no Brasil porque não existe uma política destinada à problemática, por não haver um cadastro para se saber o número real de quantos desaparecidos existem no país, para daí serem tomadas as devidas providências.
“A participação da Ufal na CPI é justamente para auxiliar, de forma científica, a agilização das possíveis atividades da citada comissão, objetivando criar um possível serviço nessa área. Mas, para ser concretizado é necessário que haja parceria envolvendo governo, universidade e sociedade civil. Sem essa parceria é praticamente impossível a viabilidade das ações voltadas para esse grave problema que acomete a sociedade brasileira de uma forma geral”, explica Luiz Antônio.
Ressaltando que a proposta da Ufal consiste em fazer, desenvolver e gerenciar o Banco Nacional de Dados, Luiz Antônio diz que o Laboratório de DNA Forense complementa o trabalho, identificando, em caso de morte, o desaparecido, dispondo do que existe de mais avançado para atender as necessidades que a problemática requer, que para ser efetuado é indispensável o conhecimento técnico.
Atividades
A ação científica do Laboratório DNA Forense tem extrapolado o Estado de Alagoas. Em 2007, a convite da então Secretaria Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça, esteve na Espanha juntamente com peritos daquele órgão nacional conhecendo o Banco de Dados do Projeto Fênix, em funcionamento naquele país.
Em 2008, como resultado de uma reunião com o grupo de Genética Forense da citada Secretaria, ficou definido que a Ufal seria a responsável pela implantação de um Banco de Dados Nacional nessa área. “Desde agosto de 2008 enviamos a proposta e até a presente data não tivemos nenhuma resposta. Agora vamos apresentá-la na CPI das Crianças e Adolescentes Desaparecidos”, enfatiza Luiz Antônio. O pesquisador, também a convite do Ministério da Justiça, há dois anos participou nas buscas efetuadas no Araguaia para identificação de desaparecidos políticos.
Em Alagoas, o Laboratório – que integra uma equipe 12 pessoas, entre docentes, estudantes de graduação e pós-graduação – mantém convênio com o Tribunal de Justiça para exame de paternidade destinado a pessoas carentes, e tem também um convênio firmado com a Secretaria do Mato Grosso, para resolução de casos criminais. A sociedade brasileira vai ter a oportunidade de conhecer as ações do Laboratório no sábado, 31 de outubro, a partir das 6h, através do Programa Globo Universidade, da Rede Globo de Televisão.
Mais informações pelo telefone 3336-6558.