Professora de Comunicação lança livro sobre poéticas visuais durante a Bienal
A professora de Teoria da Comunicação, Magnolia Rejane Andrade dos Santos, vai lançar o livro "Leituras de poéticas visuais: gênese, transformações e criação" durante a IV Bienal Internacional do Livro. Confira entrevista com a autora.
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De que trata a obra que sai pela Edufal e será lançada na Bienal ?
Esta obra apresenta a pesquisa Leituras de poéticas visuais: gênese, transformações e criação. Com caráter experimental, o trabalho aborda a recepção de poéticas da visualidade brasileira, através da produção, por um grupo de cinco indivíduos, de leituras criativas dos poemas Oxigênesis, do poeta Villari Herrmann e Narciso, de Marcus Accioly. Os objetos de análise da investigação são os dossiês desses leitores, que foram reinterpretados à luz da teoria semiótica de Charles Sanders Peirce e da teoria transacional do texto literário, da educadora norte-americana Louise M. Rosenblatt.
Quais as razões que a motivaram a escrever este livro?
É a minha pesquisa de doutorado, defendida em 1996, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo/PUC/SP. O projeto de pesquisa sobre a leitura em comunicação poética começou a se configurar a partir da realização de minha dissertação de mestrado sob o título Narciso - A Poética do Espelho, onde fiz uma leitura do poema Narciso, do poeta Marcus Accioly, procurando dar conta do projeto particular dessa obra. Como subjacente a esse estudo estava a intenção de estudar a obra como processo comunicativo, a abordagem de caráter mais sintático-semântico do trabalho foi parcial. Em função desse aspecto, questões de ordem pragmática ficaram de fora e foi a partir desse ponto, que comecei a refletir sobre o ato de leitura, sobre a participação cooperativa do leitor no desvelamento do poema visual enquanto obra que apresenta, ao mesmo tempo, níveis de abertura e fechamento. A proposta de investigação foi se constituindo, então, como um processo, que resultou na tese.
Após o lançamento desse título, planeja continuar dedicando-se à produção de livros? Há alguma obra já finalizada?
Sim. Eu tenho vários projetos na gaveta: um livro de contos, intitulado Caixa Postal; outro de poemas, ainda sem título. Além disso, tenho planejo publicar trabalhos na área de divulgação científica, semiótica e tecnologias contemporâneas e história da comunicação.
É sua estréia como escritora? Se não é estreante, quais os livros que já lançou?
Não é minha estréia. Tenho um livro: A poética do Espelho, lançado pela HD Livros, em 1995. Além disso, tenho alguns capítulos em livros: A comunicação em Alagoas, no livro O mundo em comunicação; Fronteiras da continuidade: leitura criativa de poéticas visuais, no livro Literatura, cultura e sociedade, e um capítulo Agência Ciênci@lagoas: um relato de uma experiência, no livro eletrônico.
Qual sua expectativa em relação ao lançamento de sua obra?
Espero poder contribuir com os estudos aplicados de semiótica na comunicação social e na literatura. Considero que a pesquisa apresenta uma metodologia original para o estudo empírico de processos de leitura, que permite o aprofundamento da análise da amostra de respostas dos leitores/receptores. A perspectiva semiótica desvenda os mecanismos de significação de forma mais consistente, ultrapassando tanto o nível do impressionismo quanto do registro estatístico.
E em relação à Bienal Internacional do Livro de Alagoas?
Tenho acompanhado todas as versões da Bienal em Alagoas e sempre a vi em um processo de crescimento contínuo. É impressionante a repercussão desse evento em Maceió e em todas as camadas da sociedade. Ela é um acontecimento cultural realmente mobilizador e de um apelo popular muito grande. A Bienal tem uma importância estratégica para a UFAL, sua organizadora. Através dela, a instituição se aproxima da comunidade de uma forma muito singular e concreta, explicitando sua missão de produtora de conhecimento, arte e tecnologia.
Por gentileza, resuma, em uma frase, o que a leitura significa para você.
A leitura é o pensamento humano em ação e interação com outras mentes. A leitura nos permite ultrapassar tempo e espaço. Ela nos faz entrar em conexão e diálogo com as idéias produzidas em todos os tempos, acionando uma memória coletiva, que nos impulsiona para o futuro. Para mim, a leitura é a mais incrível aventura tecnológica e semiótica criada pela humanidade.