Reitora avalia investimentos em segurança no Campus

A reitora da Ufal, Ana Dayse Dorea, recebeu a imprensa, na tarde desta quarta-feira, 4, para falar sobre segurança no Campus. A entrevista foi motivada pela tentativa de assalto ocorrida na última sexta-feira, 30 de outubro, quando homens armados e disfarçados com jalecos de médico entraram no Hospital Universitário e roubaram 140 mil reais de uma agência bancária.


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Reitora concedeu entrevista coletiva
Reitora concedeu entrevista coletiva

Lenilda Luna - jornalista

O assalto acabou frustrado porque a assessoria militar do Ministério Públicos já vinha acompanhando os passos da quadrilha e abordou o veículo utilizado na fuga quando passava pela guarita. Houve tiroteio e dois assaltantes morreram, um no local e outro dias depois, no HGE. Outros dois homens foram presos e um outro participante do assalto continua foragido, mas a policia acredita que a quadrilha é bem maior e liderada de dentro do presídio. As investigações sobre o caso continuam.

Falando sobre o episódio, a reitora elogiou a atuação da polícia que escolheu a guarita para abordar os criminosos, evitando que pacientes e funcionários fossem atingidos numa eventual troca de tiros, como realmente aconteceu. “A polícia militar foi eficaz nessa situação e conseguiu não só frustrar o assalto, mas principalmente evitar que inocentes acabassem feridos”, ressaltou a reitora.

O diretor do hospital, Paulo Teixeira,  garante que a unidade já retomou a rotina normal, mas será feita uma consulta para saber se os funcionários querem retirar as agências e caixas de auto-atendimento que funcionam dentro do HU. “o resultado dessa consulta será submetido ao Conselho Universitário e apresentado a reitora, para que sejam tomadas as providências”, explicou o diretor.

As agências bancárias dentro da Ufal serão mantidas. "São serviços importantes que são prestados por essas agências para a comunidade universitária e para a sociedade", enfatiza a reitora.

Problema Social

A reitora ponderou ainda que a violência dentro do campus é reflexo do que está acontecendo na sociedade. “Infelizmente temos uma situação social onde o tráfico de drogas e a violência assolam todos os estados do Brasil. O Governo Federal está investindo em programas de segurança e em políticas sociais, mas ainda estamos longe de superar essa grave problemática”, esclareceu a reitora.

Ana Dayse lembrou que, justamente para refletir sobre essa situação social, foi criando o movimento Ufal em Defesa da Vida, que mobiliza a comunidade universitária e a sociedade em geral para refletir e buscar ações que construam uma cultura de paz, na tentativa de superar a violência.

Segurança no campus

Sobre os investimentos em segurança no campus, a reitora informou que neste ano, foram investidos seis milhões de reais do orçamento da Ufal em segurança. A empresa de vigilância particular SErvipa, contratada por meio de licitação no ano passado, triplicou o efetivo. O número de vigilantes subiu de 36 para 106 homens. Só no Hospital Universitário, são 24 homens fazendo a segurança e controlando a entrada e saída de pessoas.

No campus, um sistema de cancelas e catracas eletrônicas, controladas por um cartão de identificação, está em fase de implantação.

Outro ponto vulnerável da universidade fica nos fundos do campus, onde foi instalado um terminal de ônibus que serve não apenas aos estudantes, mas aos moradores dos conjuntos habitacionais que ficam no entorno. Para proteger mais essa parte,  foram colocadas cercas, a vigilância motorizada faz rondas constantes, além do reforço no muro que cerca o campus,  mas sem fechar completamente a passagem.

Um dos projetos para limitar a circulação de pessoas no campus depende da parceria com a prefeitura de Maceió. A idéia é pavimentar as ruas de acesso aos conjuntos Village Campestre e Denisson Menezes, dos dois lados da universidade, para transferir o corredor de transporte. Dessa forma os ônibus coletivos urbanos deixariam de passar por dentro da Ufal e ficariam mais fácil controlar o acesso. “Assim que a prefeitura cumprir essa medida,  a universidade vai comprar dois ônibus para fazer a integração dentro do campus,  apenas para os estudantes e funcionários da Ufal”, comunica a reitora.

Relação com a comunidade

´”O que nós queremos é garantir a segurança do patrimônio da universidade e, principalmente, das pessoas que frequentam o campus”, ressalta Ana Dayse. Mas a reitora garante que isso será feito sem isolar a universidade das comunidades que devem ser beneficiadas pelos projetos de pesquisa e extensão realizados no campus.

“Temos uma biblioteca que recebe a visita de alunos do ensino fundamental e médio da rede pública. Temos projetos na área de saúde, assistência social e educação voltadas para as comunidades carentes do conjunto Denisson Meneses e outros condomínios habitacionais próximos à Ufal. Recebemos a população que procura garantir seus direitos no Fórum da universidade. São vários projetos que trazem a sociedade para dentro da Ufal e não podemos nos trancar, nos isolando dessa missão”, enfatizou a reitora Ana Dayse.

Leia matérias sobre o caso do assalto no HU dos sites alagoas24horastudonahora e gazetaweb

Assista às matérias da TV Gazeta  e da TV Pajuçara sobre o assunto.