Detento aprovado na Ufal tenta liberdade


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Gazeta de domingo destacou a história do detento aprovado no vestibular
Gazeta de domingo destacou a história do detento aprovado no vestibular

Carla Serqueira – repórter da Gazeta de Alagoas

O coração de Maria Selma Gomes de Araújo se divide entre a alegria e a tristeza. Ela tem 46 anos e é mãe de cinco filhos. Um deles virou notícia (pela segunda vez), desde a sexta-feira, 8 de janeiro. Pelo rádio, no depósito de bebidas da família, o Ponto 29, no Tabuleiro, ela ouviu o nome de Ricardo Gomes de Araújo entre os aprovados no curso noturno de Administração, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Vibrou na rua, gritou de emoção.

Sua tristeza é saber que ainda hoje o seu “fera” continua atrás das grades. Ricardo, 19 anos, está preso desde o dia 25 de outubro do ano passado, um domingo (quando foi notícia pela primeira vez), acusado de roubar uma moto Honda Twist preta (MVJ-1261) com Alamol José da Silva, 34, no dia anterior, 24, na feirinha do Tabuleiro. Os dois foram apanhados pela Polícia Militar, após perseguição com troca de tiros na Avenida Fernandes Lima, na altura do Shopping Farol. Um primo da vítima reconheceu a moto pela placa e chamou a polícia.

Pedido de liberdade é avaliado pelo MP

No sofá da casa simples e espaçosa, ao lado do depósito que o comerciante João Araújo montou para os filhos, Maria Selma não esconde a ansiedade enquanto aguarda notícias da Justiça. Uma das advogadas contratadas pela Intendência Penitenciária para tentar dar conta da demanda que a Defensoria Pública não consegue suprir, Sílvia Cristina Carlos protocolou, na última semana, pedido de liberdade provisória em favor de Ricardo Gomes.

O pedido foi encaminhado pela juíza Lorena Sotto Mayor para o Ministério Público Estadual, na quinta-feira. “Eu acredito que o julgamento deste pedido deve ocorrer até a próxima terça-feira, dia 19”, afirmou a advogada, ao dizer que quando fala com Ricardo ele chora, agradece a confiança e promete: “Em outra oportunidade, a senhora vai me ver em uma situação bem diferente”.

Leia mais na versão impressa da Gazeta de Alagoas de domingo, 17 de janeiro de 2010