Rose Ferreira - jornalista
Tiago de Souza Castro, baleado neste domingo, 17, nas proximidades do Restaurante Universitário do Campus Maceió da Universidade Federal de Alagoas, encontra-se em observação no Hospital Universitário, mas passa bem e receberá alta nesta terça-feira, 19, quando retorna para o Maranhão, com passagens compradas pela universidade.
Tiago Castro é estudante de Geografia da Universidade Estadual do Maranhão e policial militar naquele Estado. Ele era apenas mais um dos cerca de 2.000 participantes do XVIII Encontro Nacional dos Estudantes de Geografia, quando, de acordo com testemunhas, tentou evitar um assalto a um amigo que falava ao celular, identificando-se como policial, e foi atingido com um tiro na perna. Felizmente, o fêmur não foi atingido e o estudante se recuperou rapidamente. O grupo de cinco assaltantes fugiu do local e até agora, embora a polícia continue fazendo diligências, ninguém foi preso.
Antes da ocorrência com Tiago, os mesmos assaltantes abordaram dois estudantes que estavam acampados próximos ao Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes (ICHCA), levando dinheiro, celular e máquina digital das vítimas. Eduardo Nunes e Daniel Freitas, da Universidade Federal de Santa Catarina, procuraram o setor de transportes da Ufal e foram levados, imediatamente, à 10ª DP, no Eustáquio Gomes, onde abriram o Boletim de Ocorrência. Os estudantes receberam uma ajuda de custo da comissão organizadora do evento e seguiram viagem para Florianópolis com a comitiva por volta das 13h desta segunda-feira, 18.
O reitor em exercício, Eurico Lôbo, explicou que a violência está presente em todo o Estado e que a Ufal também está sujeita a ela, mas que a área de segurança tem sido priorizada. “Nós temos investido fortemente em segurança, aumentamos o número de efetivos e temos visto a diminuição das ocorrências. Acredito que daremos mais um grande passo quando implantarmos a segunda etapa do sistema de controle de acesso ao campus”, disse.
Elias Barbosa, gerente de serviços gerais da Superintendência de Infraestrutura da Ufal, esclareceu porque a universidade estará mais segura com a total implantação do controle de acesso ao campus: “Com a implantação do sistema de integração, o terminal de ônibus no final da universidade não vai mais existir e poderemos, finalmente, fechar os muros do campus, evitando, assim, que pessoas mal intencionadas entrem sem identificação”.
Atualmente, a universidade tem um espaço aberto nos fundos do Campus Maceió para deslocamento da população que vive ao redor dela. “Já tentamos fechar esse acesso algumas vezes, mas a população sempre quebra o muro para chegar ao terminal de ônibus com mais rapidez, sem precisar circundar todo o campus e pegar o ônibus na via principal”, expõe Elias Barbosa, complementando que a própria comunidade acadêmica muitas vezes se colocou contra o fechamento da passagem, alegando que a universidade é pública. “A universidade é pública sim, no entanto precisamos ter limites bem estabelecidos. Todos continuarão tendo acesso à Ufal, mas de forma organizada e segura”, finaliza Elias Barbosa.
O professor Eurico Lôbo salientou que a Ufal tem trabalhado junto aos poderes públicos para melhorar a situação das comunidades que vivem em torno da universidade. “Temos mostrado a necessidade de iluminar e calçar as vias que dão acesso aos conjuntos habitacionais. Eles também precisam de segurança e condições dignas de vida e transporte”, finalizou.