País perde 12 posições em ranking de Educação
No Índice de Desenvolvimento Educacional da Unesco, Brasil passou a ocupar, dentre 128, o 88º lugar
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Folha de São Paulo, em 21 de janeiro
O Brasil perdeu 12 posições no índice de educação feito pela Unesco, o braço da ONU (Organização das Nações Unidas) para a educação e a cultura.
A queda, do 76º para o 88º lugar entre 128 países, ocorreu principalmente em razão da piora no índice de crianças que chegam até a quarta série. Segundo a Unesco, de 80,5%, em 2005, o percentual caiu em 2007 para 75,6%.
Com isso, o IDE (Índice de Desenvolvimento Educacional) do Brasil, caiu de 0,901 para 0,883 em uma escala de 0 a 1, o menor entre todos os países do Mercosul. Isso mantém o país em um patamar considerado mediano pela Unesco.
O IDE é composto pelas taxas de alfabetização de adultos, igualdade de gênero, matrícula na educação primária e sobrevivência na escola até a quinta série -no caso do Brasil, foi considerado o dado relativo à quarta série.
Os primeiros lugares ficaram com Noruega, Japão e Alemanha. Os últimos, com Etiópia, Mali e Niger, todos no continente africano.
Repetência
Um dos piores indicadores brasileiros mostrados pelo relatório é a repetência.
Com 18,7% de taxa de reprovação no ensino fundamental no ano de 2005, de acordo com o relatório, o Brasil só perde nesse quesito para 13 países que fazem parte da África subsaariana.
No dado mais recente, relativo a 2007, essa taxa estava em 12,1% segundo o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), órgão ligado ao Ministério da Educação.
Em relação ao investimento em educação, o Brasil gastava em 2005 menos de um quarto do que os países considerados como desenvolvidos: US$ 1.257 por aluno contra US$ 5.312 por aluno.
O coordenador da Unesco no Brasil, Paolo Fontani, ressaltou a alta taxa de repetência, mas avaliou que o Brasil se saiu bem no relatório ao ter sido bem avaliado no combate ao analfabetismo e na distribuição de recursos, como o Fundeb -fundo que recebe recursos da União, Estados e municípios e viabiliza o financiamento da educação em locais mais pobres.
Procurado para comentar o relatório, o Ministério da Educação afirmou que está analisando os números mas que, de qualquer forma, todos eles se referem ao período anterior ao lançamento do PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação), o chamado "PAC da Educação", que ocorreu em 2007.