Didática mexe com autoestima do aluno

Primeiro passo do processo é entrevistar os pais e destacar as condições como o cuidado com a nutrição e leitura em voz alta


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Marcos Rodrigues – Gazeta de Alagoas, 20/06/2010

 

Pioneira na vinda do método Ku-mon para Alagoas, a especialista em educação Tânia Mara Venske há 16 anos vê o desenvolvimento de crianças, adolescentes, adul­tos e até pessoas da terceira ida­de. "É porque trabalhamos com o córtex frontal do cérebro (loca­lizado à altura da testa). Nosso material traz uma repetição que ao mesmo tempo em que dá se­gurança ao aluno, mexe com sua autoestíma, porque ele se desco­bre capaz. É algo tão incrível que conseguimos desenvolver, inclu­sive com pessoas portadoras da sindrome de Down", diz Tânia.

 

Segundo ela, antes de o pro­cesso começar é necessário en­trevistar os pais, porque nes­se eontato acaba-se descobrindo que parte da insegurança dos fi­lhos surge da pressão e ansieda­de exercidas por eles. "Me refi­ro a casos de timidez, descon-centração e inquietação. Muitas vezes isso é sinal de relações problemáticas provocadas pêlos pais", acrescenta a orientadora.

 

Por isso, como parte do pro­cesso de ensino que leva em conta a repetição dos exercícios, mesmo que em um primeiro mo­mento o aluno erre mais do que aceite, o método orienta para va­lorizar o que ele acertou. A estra­tégia é mostrar ao aluno que ele é capaz de acertar também.

 

Tânia acredita que o grande problema do baixo desempenho de parte dos estudantes em rela­ção à Matemática é que os alu­nos não são ensinados a criar só de conteúdo, que faz parte da exigência do Ministério da Educação (MEC), acaba por fazer o professor ter que acelerar no repasse dos conteúdos. "É aí onde o Kumon acaba por orientá-los a organizar e desenvolver uma técnica para estudar sozinho. O método ensina a se disciplinar. Desse modo, a nota não é o ob-jetívo, é a consequência. Tudo acontece porque o próprio aluno foi capaz de ter facilidade para absorver e acumular os assuntos. Com o conhecimento dessa ferramenta conseguimos ajudar concurso", detalhou Tânia.

 

Ela lembra ainda que algumas condições são importantes. Uma delas envolve a nutrição. Nes­te caso, orienta moderação no consumo de açúcar. Outro deta­lhe envolve a leitura em voz al­ta. "Ela acaba estimulando uma área do cérebro que normalmen­te fica sem ser trabalhada quan­do se faz o mesmo, mas em silên­cio. Isso é algo que ele pode le­var para toda a vida, até para a universidade", alertou a orienta­dora, que aplica o método para o ensino das línguas inglesa e portuguesa.