I Fórum Social em Defesa da Vida aborda enchentes em Alagoas
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Roberta Batista – estudante de Jornalismo e Lenilda Luna - jornalista
As comunidades afetadas pelas enchentes que atingiram Alagoas no dia 18 de junho terão oportunidade de expor suas dificuldades e anseios no I Fórum Social em Defesa da Vida/AL. O espaço para o diálogo acontece neste sábado, 11 de setembro, na Tenda da Cultura Estudantil, no Campus Maceió, das 8h às 17h.
A Ufal e outras entidades da sociedade alagoana criaram o espaço com o intuito de compreender a realidade das comunidades que sofreram com as enchentes, através dos relatos das lideranças comunitárias, para fortalecer esses representantes como protagonistas do controle social na reconstrução das cidades e das vidas das pessoas atingidas.
“Estamos tentando identificar quem são as lideranças comunitárias, religiosas e outras referências das comunidades, para que eles sejam convidados a participar de forma mais organizada e ativa desse processo de reconstrução das cidades e das suas vidas”, explica Ruth Vasconcelos. “São lideranças que precisam se conhecer para trocar idéias e se articular politicamente neste processo de definição de aplicação dos recursos e controle social”, complementa a coordenadora do programa Ufal em Defesa da Vida.
O fórum é uma parceria entre Ufal, Conselho Estadual de Saúde, Conselho Estadual dos Direitos Humanos, Conselho Regional de Medicina, Conselho Regional de Psicologia, Coordenação de Saúde Mental de Alagoas, Laboratório de Educação Popular em Saúde (Leps) / Nusp/Ufal, Médicos sem Fronteiras, Ministério Público de Alagoas, Pastoral da Criança, Serviço Social do Comércio e Sociedade Alagoana de Pediatria.
“Nesse primeiro encontro, o objetivo é ouvir a comunidade, saber de suas demandas e suas propostas para a reconstrução de suas vidas e de suas cidades. Com esses elementos é que podemos construir ações mais consistentes e em sintonia com os desejos da comunidade”, ressalta Ruth.
Em Defesa da Vida
O Movimento Ufal em Defesa da Vida realizou a primeira manifestação pública no campus Maceió em 2 de abril de 2009, quando foram expostas mais de 2 mil camisas ao longo da avenida central, simbolizando o fim de 2.064 vidas perdidas para violência.
Assim foi dado o primeiro passo: o ato que iniciou o “Ufal em Defesa da Vida” teve repercussão nacional, e desde então promove atividades voltadas para a reflexão e prevenção à violência no Estado de maior índice de homicídios do país. Alagoas ainda é hoje o estado mais violento do Brasil, principalmente para os jovens do sexo masculino, como atestam as pesquisas do Ministério da Justiça.
Nesse período, o movimento já promoveu debates sobre criminalidade, racismo, violência contra a mulher, mídia e violência, homofobia, ditadura militar e tortura, entre outros temas, sempre no intuito de promover uma cultura de paz, superando preconceitos e desigualdades que alimentam a violência.
Agora, o movimento se volta para a solidariedade, mas com a intenção também de promover o fortalecimento de lideranças locais, para que a própria comunidade atingida pelas enchentes se sinta capaz de buscar alternativas e melhores condições de vida.