Pinacoteca Universitária dá o tom da Arte Contemporânea em Alagoas


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Espaço para a Arte Contemporânea
Espaço para a Arte Contemporânea

Por Kelly Baêta - Alagoas em Tempo Real

O que mais se tem escutado atualmente é: Afinal, o que é arte contemporânea? “Decifra-me ou te devoro. É o que parece dizer a arte contemporânea a qualquer pobre mortal que ousa encará-la. Filha do desencanto e das tensões advindos do instável século XX, surge representando uma ruptura com o que, até então, se chamava arte moderna”, escreveu Micheliny Verunchk no site Itaú Cultural.

Alagoas tem um espaço voltado para essa expressão artística, a Pinacoteca Universitária, que tem realizado exposições de arte contemporânea de linguagens múltiplas. Uma oportunidade para conferir os trabalhos de artistas que trabalham com regularidade no cenário nacional.

Atualmente, o espaço da Pinacoteca está com trabalhos de José Paulo, com a ‘Para Nunca Esquecer’; Paulo Meira, com ‘O Marco Amador’ e Rodrigo Braga, com ‘Desejo Eremita’. Até o dia 8 de outubro, permanecem as exposições multilinguagens desses três pernambucanos, seguindo a proposta da Pinacoteca Universitária, que desde 1999, está com enfoque dirigido às manifestações artísticas contemporâneas.

Na primeira sala estão grandes peças de madeira e ferro que são imensos ferros de marcar gado. Além da definição da palavra dor em grandes letras grafadas de trás para frente. A ‘Para Nunca Mais Me Esquecer’ é uma reflexão a respeito dos maus tratos aos animais. A instalação tem sido bastante utilizada pela produção artística contemporânea. É interessante por permitir o uso de uma infinidade de recursos e suportes. Como é o caso da exposição de José Paulo.

Na sala seguinte, uma série de fotografias de Rodrigo Braga, o artista explora relações simbólicas entre seu corpo e elementos de ambientes naturais. Resultado do seu ‘Desejo Eremita’, nome que batiza a série fotografada numa zona rural entre as pequenas cidades de Tabira e Solidão – interior do estado de Pernambuco. O artista parte para uma situação de isolamento espacial e temporal amplamente diferente do seu cotidiano de grande cidade para criar.

Rodrigo prefere as cidades interioranas. “Aqui posso pensar melhor, sentir melhor, ler algumas coisas, enfim, ter a concentração que preciso para meu processo criativo, já que não encontro mais tantas condições na cidade grande”, diz. Na última sala encontramos a série “O marco Amador”, construída através de obras de vídeo, além de pinturas e fotografias com imagens extraídas dos processos de execução do vídeo.

De acordo a diretora da Pinacoteca Universitária, a arquiteta Geisa Brayner, o espaço é considerado um dos melhores do Nordeste. “As pessoas, que vem nos visitar, dos outros estados, ficam encantadas”, falou.

A Pinacoteca dispõe de uma pauta anual. Para expor, os artistas precisam passar pela seleção através de um edital. São aceitos trabalhos individuais ou de mostras coletivas. Porém, como o local não dispõe de orçamento específico para disponibilizar a montagens das obras, o artista fica responsável pelos custos.

“A maioria deles, quando são contemplados nos editais, buscam patrocínios”, ensinou Geisa Brayner.

Além das exposições anuais, a Pinacoteca Universitária desenvolve projetos voltados para a arte educação, a exemplo do ‘Amigos da Pinacoteca’ que tem como objetivo realizar apresentações de teatro, dança, música, entre outras, nos períodos das exposições. Outro projeto beneficia a comunidade estudantil dos diversos graus de ensino, o projeto ‘A Escola vai à Pinacoteca’, onde estudantes fazem visitação ao local.

O objetivo é estimular o hábito da visitação a museus, galerias e espaços afins. Mesmo com esses projetos, a Pinacoteca ainda necessita da contratação de profissionais especializados, a exemplo de arte educadores e curadores.