Fórum Social em Defesa da Vida divulga Carta Aberta em solidariedade às vítimas das cheias


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Quatro meses depois da enchente, a ajuda começa a escassear
Quatro meses depois da enchente, a ajuda começa a escassear

As entidades que compõem o Fórum Social em Defesa da Vida, depois de realizarem um diagnóstico e intervenções sociais nas comunidades atingidas pela enchente em Alagoas, divulgaram uma Carta Aberta com uma avaliação da situação nessas localidades e com propostas para melhorar as condições de vida dos desabrigados.

Uma das preocupações do Fórum é que, à medida que o tempo vai passando, o impacto da tragédia diminui e com isso também são reduzidas as ações de solidariedade. Em algumas localidades já estão faltando doações para os desabrigados e a ajuda governamental também começa a escassear.

Por conta disso, o Fórum está divulgando a Carta Final em anexo, onde, entre vários itens, propõe: a realização de plebiscito para que a comunidade participe da escolha dos locais onde serão reconstruídas as cidades destruídas pelas cheias, a capacitação de lideranças para intervenção nas políticas públicas de apoio aos desabrigados, implantar o Comitê de Crise das Enchentes com participação dos atingidos, distribuir donativos de forma imparcial para todos os desabrigados. Ao todo, são 23 propostas, que estão sendo divulgadas para a sociedade e entregues para as autoridades públicas e instituições de Alagoas.

O Fórum Social em Defesa da Vida

O Movimento Ufal em Defesa da Vida realizou a primeira manifestação pública no campus Maceió em 2 de abril de 2009, quando foram expostas mais de 2 mil camisas ao longo da avenida central, simbolizando o fim de 2.064 vidas perdidas para violência.

Assim foi dado o primeiro passo: o ato que iniciou o “Ufal em Defesa da Vida” teve repercussão nacional, e desde então promove atividades voltadas para a reflexão e prevenção à violência no Estado de maior índice de homicídios do país. Alagoas ainda é hoje o estado mais violento do Brasil, principalmente para os jovens do sexo masculino, como atestam as pesquisas do Ministério da Justiça.

Nesse período, o movimento já promoveu debates sobre criminalidade, racismo, violência contra a mulher, mídia e violência, homofobia, ditadura militar e tortura, entre outros temas, sempre no intuito de promover uma cultura de paz, superando preconceitos e desigualdades que alimentam a violência.

Agora, o movimento se volta para a solidariedade, mas com a intenção também de promover o fortalecimento de lideranças locais, para que a própria comunidade atingida pelas enchentes se sinta capaz de buscar alternativas e melhores condições de vida.