Temperamento agressivo é discutido no Congresso Acadêmico
“Agressão, Cérebro e Psicopatia”. Esse é o tema de minicurso realizado pelo Curso de Psicologia do Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes (ICHCA), que discutiu o comportamento e características de grupos de pessoas que apresentam esse tipo de desvio mental. As atividades fizeram parte da sétima edição do Congresso Acadêmico, que terminou neste sábado, 23.
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William Correia – estudante de Jornalismo
Cerca de vinte estudantes puderam acompanhar o minicurso, que foi apresentado em dois dias no Campus Maceió. Eles acompanharam as explicações do professor Raner Povoa sobre como se dá, psicológica e geneticamente, o desenvolvimento de distúrbios comportamentais nos indivíduos.
Sobre o desenvolvimento do comportamento agressivo, Raner afirma que pode acontecer ainda na infância ou o indivíduo pode nascer com vulnerabilidade genética. O termo “predisposição genética”, de acordo com ele, não deve ser usado porque a genética explica que o indivíduo pode ser portador de genes que são vulneráveis a influências de fatores ambientais (por exemplo, comportamento da família) e biológicos, resultando ou não na patologia. “Possuir essa característica no gene não quer dizer que aquela pessoa será agressiva”, diz.
Segundo Raner, após estudos, que vêm sendo realizados com frequência, já se pode classificar cada agressor de acordo com o seu modus operandi (do latim “modo de operação”, que identifica uma maneira de agir seguindo sempre os mesmos procedimentos), que é identificado de acordo com seu desenvolvimento psicopatológico.
Dados de pesquisas apresentados pelo professor apontam que 60% dos agressores já sofreram agressões em outras situações, geralmente na infância, confirmando a teoria de que o distúrbio tem duas maneiras de se desenvolver. A serotonina, segundo Raner, é o neurotransmissor responsável pela mediação do comportamento. “Quanto mais ela estiver presente no cérebro, menor a probabilidade de o comportamento agressivo se manifestar”, conclui.