Alunas do Campus do Sertão orientam comunidade a transformar lixo em arte


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Artista José Gomes no encerramento das Oficinas
Artista José Gomes no encerramento das Oficinas

Os moradores da Vila 25, em Delmiro Gouveia, modificaram seu olhar sobre o que fazer com o lixo produzido. A partir do projeto “Educação Ambiental e Reciclagem”, das alunas de Letras e Pedagogia do Campus do Sertão, a comunidade aprendeu a ver arte no que seria descartado. Isso foi possível graças às oficinas de artesanato com materiais recicláveis. O encerramento das atividades aconteceu no domingo, 28 de novembro, com apresentações artísticas, exposição dos resultados e entrega de certificados, na capela do bairro.

Graças ao projeto, flores puderam brotar de garrafas Pet, bolsas surgiram de pedaços de retalhos, caixas de sapato viraram porta-joias, jornais transformaram-se em jarros e telhas de barro em telas de pintura com desenhos inspirados no artista Romero Brito. A orientação do trabalho artístico ficou a cargo do artista plástico José Gomes, que trabalha na comunidade da Vila 25 há três anos. As aulas foram ministradas no espaço da ONG Casa Irmão Dom Fernando.

O projeto das discentes de Letras e Pedagogia do Campus do Sertão integrou a disciplina Seminário Integrador I, coordenada pelos professores Felipe de Paula e Tarcísio Augusto. “A partir de levantamento feito na comunidade, identificamos que o destino do lixo domiciliar era um dos principais problemas do local. Assim, planejamos as atividades, que não envolviam apenas oficinas artísticas, mas também educação ambiental”, informou a estudante Marta Daniela. A iniciativa ainda foi executada pelas alunas Sandra Maria, Luciana Cavalcanti, Maria Sara, Adhja Lilian e Jéssica Aparecida.

A cerimônia de encerramento do projeto foi aberta com apresentação de um pequeno coral infantil regido pelo artista José Gomes. Ele ressaltou a importância da arte enquanto terapia. “Nesta comunidade carente, as atividades artísticas ajudam as pessoas a relaxarem e se sentirem criativamente produtivas”, afirmou. Uma das participantes das oficinas, Maria do Socorro Alves, confirmou as palavras do oficineiro. “Achei tudo uma maravilha. Vi que pude fazer coisas bonitas do que seria jogado fora. Até usei uma das peças para enfeitar minha estante”, disse.

Ainda durante a solenidade, houve palestra sobre uso racional da água, ministrada pela aluna de Engenharia de Produção, Leane Jaqueline. Em sua apresentação, ela mostrou como cada um pode colaborar para evitar o desperdício do líquido vital para o planeta. A ação é uma continuidade do projeto “Conscientizar para Preservar”, iniciado no semestre anterior também na disciplina Seminário Integrador I. “Ficamos satisfeitos ao ver que os alunos estão engajados em integrar a comunidade ao universo acadêmico”, afirmou o professor Felipe de Paula.