Cacá Diegues debate 5xFavela em Seminário Internacional

Esta sexta-feira, 12, é o último dia do III Seminário de Internacionalização da Ufal - Cultura, Memória, Globalização, que será encerrado com a exibição do longa “5xFavela: Agora por nós mesmos”, dirigido por cinco diretores estreantes e produzidos pela Luz Mágica, produtora do cineasta Carlos Diegues. Além da exibição do filme, o auditório da Biblioteca Central receberá o cineasta para um debate sobre a experiência na produção do filme. O evento ocorre a partir das 14h30.


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Cacá Diegues foi um dos fundadores do Cinema Novo no Brasil
Cacá Diegues foi um dos fundadores do Cinema Novo no Brasil

Jhonathan Pino- jornalista

O Seminário, que se encerra nesta sexta-feira,12, trouxe nomes ilustres da intelectualidade latino-americana,  como Edgard Assis Carvalho, professor do Departamento de Antropologia da Pontífice Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e integrante da Cátedra Unesco Edgar Morin, e Mario Barite, professor da Universidad de La Republica, do Uruguai.

Edgard integrou nesta quarta-feira,10, a Conferência Cultura e Pensamento Complexo, onde o professor abordou a superação do pensamento dicotômico, que sempre dividiu os objetos de estudo entre natureza e cultura, corpo e alma, por um pensamento complexo, que conforme o próprio Edgard, una o que está separado.

“O homem é um ser biocultural, nós somos 100% natureza e 100% cultura; com isso se desfaz a oposição e torna-se impossível a separação entre eles. Muitas vezes essa ideia de juntar os dois lados gera uma reforma de pensamento, daí nasce a complexidade. A complexidade é um meta-ponto de vista que quer discutir a vida de uma forma mais totalizante”, explica Edgard

As palavras do professor da PUC foram ao encontro do tema palestrado por Mario Barité, ambos falaram sobre a importância da tranposição das disciplinas para a produção de um conhecimento capaz de entender o mundo contemporâneo. Enquanto Edgard ressaltou “quando falamos de complexidade, falamos de transdisciplinaridade, nós devemos ir além da disciplina para conhecer mais”, Mario explanou “que o mundo hoje é interdisciplinar; nós temos que trabalhar hoje com esse tipo de pensamento.”

Barité palestrou sobre a Organização do Conhecimento e Gestão de Memória Social, abordando a importância e as dificuldades dos historiadores na reconstrução do passado. “Os usuários e os pacotes de informação confluem na construção social do presente e na dinâmica da natureza. Os processos de organização, a disponibilização e acesso da informação contribuem para tramar o tecido da memória social sobre o que assenta grande parte dos sobreentendidos que permitem que o mundo siga adiante a cada dia”, disse o professor uruguaio.

Segundo Mario, o principal problema enfrentado na gestão da memória social sempre foi o governo, mas que na construção dessa memória, o historiador, nunca deve esquecer das contribuições individuais. “Até 1990 os governos queimaram boa parte dos documentos existentes, pois não havia uma conscientização da preservação. A gestão da memória social pode ser feita através do Estado, das instituições privadas, das Universidades: são muitos os atores resgate do passado”, explica Mario.