Direção do HU fecha UTI Neonatal e maternidade e esclarece óbitos por bactéria multirresistente


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O fechamento da UTI Neonatal e da maternidade por tempo indeterminado foi anunciado na última sexta-feira
O fechamento da UTI Neonatal e da maternidade por tempo indeterminado foi anunciado na última sexta-feira

A Direção Geral do Hospital Universitário anunciou na última sexta-feira, 1º de abril, o fechamento da UTI Neonatal e da maternidade por tempo indeterminado, uma medida de controle epidemiológico e para evitar a contaminação de novos pacientes com a bactéria Acinectobacter baumannii. A bactéria, que é multirresistente a vários antibióticos, foi detectada recentemente em cinco pacientes, sendo três recém-nascidos e duas jovens; e pode ter contribuído para o óbito de outros quatro, sendo três bebês e um adulto idoso, ocorridos no período entre 22 e 25 deste mês. A informação sobre o fechamento dos setores foi dada em entrevista coletiva à imprensa pelo diretor-técnico Alberto Fontan.

Segundo Fontan, não é possível garantir que os quatro óbitos tenham ocorrido exclusivamente em decorrência da bactéria porque os pacientes ou apresentavam doenças pré-existes (o idoso sofreu um acidente vascular cerebral e tinha DPOC) ou prematuridade extrema (um dos bebês nasceu com má-formação e pesando pouco mais de 500g e os outros pesavam pouco mais de um quilo, cada). Mesmo assim, a contaminação de mais três bebês exigiu da direção do hospital a tomada da medida rigorosa para frear a disseminação do micro-organismo e preserva a integridade física de pacientes.

Hoje, a UTI Neonatal do Hospital Universitário está com seis recém-nascidos internos e todos já fazem uso de medicamentos para combater a bactéria, apesar de apenas três deles terem sido diagnosticados como portadores. “É uma medida preventiva, porque todos estão num mesmo setor e a contaminação ainda pode acontecer” explica a equipe de enfermagem. Em fevereiro deste ano, quando os exames revelaram a presença da bactéria multirresistente, a UTI Neonatal foi interditada por orientação do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do próprio hospital. Na ocasião, a unidade foi dividida e uma das alas passou a funcionar como isolamento para os pacientes contaminados.

Fontan explicou que o fechamento da maternidade é necessário porque o hospital é referência no Estado para gestantes de alto risco e os bebês dessas pacientes normalmente necessitam do internamento na UTI Neonatal. Mas, descartou a possibilidade de fechar o hospital, como veiculado na mídia local.

O diretor também informou que o hospital tentará transferir, com a ajuda dos gestores da Saúde, o maior número possível de pacientes para outras unidades, facilitando a adoção das medidas previstas no protocolo de órgãos como a Anvisa para desinfecção dos ambientes, equipamentos e demais estruturas dos setores contaminados.

O diretor informou, ainda, que na última quarta-feira encaminhou ofício aos gestores municipal e estadual da Saúde comunicando a decisão da suspensão de internamento na maternidade em função do surgimento de casos da bactéria. “Nós só reabriremos a UTI e a maternidade quando toda situação estiver normalizada” garantiu o diretor. Segundo ele, acinectobacter baumannii é encontrada em praticamente todos os ambientes hospitalares do mundo e que qualquer unidade de saúde, inclusive em Alagoas, pode registrar infecção pelo micro-organismo.

Fontan também explicou que exames de cultura realizados nos cateteres dos dois pacientes realizados por ocasião da transferência de ambos do HGE para o Hospital Universitário, revelaram a presença da bactéria. Segundo ele, em função da complexidade de um hospital que atende casos de urgência e emergência, como o Hospital Geral do Estado, o controle dessas bactérias é sempre mais difícil.