Reitora representa a Andifes em seminário nacional

A reitora Ana Dayse Dorea, representando a Andifes, participou do Seminário Nacional sobre Escassez, Provimento e Fixação de Profissionais em Áreas Remotas e de Maior Vulnerabilidade, em Brasília, nesta quinta-feira,14 de abril. O evento foi uma realização do Ministério da Saúde em parceria com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (CONASS), Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS) e a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).


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Reitora Ana Dayse Dorea falou sobre a fixação dos médicos em Alagoas
Reitora Ana Dayse Dorea falou sobre a fixação dos médicos em Alagoas

Com informações do Ministério da Saúde

A discussão sobre escassez, provimento e fixação de profissionais da saúde em áreas remotas e de maior vulnerabilidade é uma temática mundial. Em 2009, países como China, México, EUA e Chile, entre outros, estiveram reunidos no Brasil para apresentar suas experiências.  Constatou-se que, independe do espectro financeiro do país, os problemas existem e as ações apresentadas esboçam uma combinação entre a educação e a relação da carreira profissional. O encontro evidenciou que nenhum país tem a solução definitiva para tal problema.

O debate mundial se intensificou e a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou um documento, em 2010, com diretrizes que apóiam os países a incentivarem os trabalhadores da saúde a viverem e trabalharem em áreas remotas e rurais. No texto são apontadas as necessidades de ampliação do acesso a educação, melhores condições de trabalho e de vida para trabalhadores da saúde.

No Brasil, o Ministério da Saúde já implementa ações para diminuir o déficit de profissionais de saúde nessas regiões. O programa de incentivo à especialização médica, o Pró-residência, deverá ser ampliado em duas mil vagas em 2011 e há previsão de abertura de  outras novas vagas até 2015 que atenderão as necessidades locorregionais. O Telessaúde Brasil, programa que oferece a segunda opinião formativa e auxilia na formação e capacitação dos profissionais do SUS, funciona atualmente em nove núcleos, em todas as regiões do país, também será ampliado ainda este ano.

Participaram do seminário representantes dos ministérios da Educação, Ciência e Tecnologia, Defesa, Trabalho e Casa Civil. Também estarão presentes gestores do SUS nos âmbitos federal, estadual e municipal; instituições de ensino, pesquisadores, técnicos, entidades representativas dos trabalhadores e parlamentares com atuação na área de saúde.

Fixação dos Médicos em Alagoas

A reitora Ana Dayse Dorea ressaltou que a situação no Estado de Alagoas é bastante crítica. Existe uma grande evasão de profissionais formados em Maceió para outros Estados. Em algumas especialidades, faltam médicos. A abertura de faculdades de Medicina no interior contribui, mas não resolve o problema. “Além da formação no local de origem não garantir a permanência dos médicos, ainda há o risco de que fiquem os menos competitivos”, pondera a reitora.

Em Alagoas, a remuneração média do médico é de R$ 3.964,80. A categoria tem 3.769 profissionais, sendo que a grande maioria está na capital, apenas 449 médicos atuam no interior. A outra preocupação é com a renovação do quadro, já que 440 médicos têm mais de 60 anos. Somando os que já passaram dos 45 anos, são 2017.

A reitora informou ainda, na apresentação, que dos 102 municípios alagoanos 70,5% possuem 100% de cobertura da Estratégia Saúde da Família (ESF). Mas a questão que se coloca para educadores da área de saúde e para os gestores é como combinar estratégias políticas e educacionais para proporcionar o acesso qualificado à saúde e garantir os preceitos constitucionais do SUS.

As propostas para responder aos desafios atuais ainda serão fruto de novas discussões entre os representantes das várias instituições que estavam no seminário.