Curso de Administração implanta projeto voltado à saúde e geração de renda
Em pleno desenvolvimento nas comunidades Village Campestre I e Acauã, localizadas no entorno do Campus Maceió, o projeto “Saúde e Geração de Renda”, coordenado pelo professor Carlos Everaldo da Silva Costa, do curso de Administração, conta com a participação de 35 alunos. Com o objetivo de unir trabalhos alternativos que busquem o benefício da saúde para pessoas que sofrem de depressão ou de outras enfermidades, estagiários do Programa de Saúde da Família (PSF), dos cursos de Serviço Social, Psicologia e Odontologia, também integram a equipe.
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Diana Monteiro – jornalista
O projeto foi implantado em março deste ano e envolve cerca de 30 mulheres, na faixa etária de 25 a 60 anos de idade, que vêm participando de oficinas de corte e costura, vagonite, fuxico e crochê, cujos produtos serão expostos e comercializados pelas participantes numa feira que será realizada no Campus Maceió até o mês de julho.
Segundo o professor Carlos Everaldo Costa, a implantação de um projeto com a finalidade apresentada não só consiste em levar informação e alternativas para comunidades carentes, mas também mostrar aos alunos participantes que no curso de Administração, além das disciplinas funcionais e profissionais, há também a lógica da responsabilidade social. Nesse contexto, sobressai-se o sentido de relação humana, sem necessariamente ter a lógica do lucro como base.
“Achei interessante despertar isso nos alunos, pois no mercado de trabalho nem sempre há essa oportunidade de desenvolver ações onde os participantes estão em direito de igualdade para agir e se sentir realizados. Com a implantação das ações pela dinâmica equipe, compreendi que saúde vai além da questão física, e o trabalho é uma forma de auxiliar as pessoas a alcançar o bem estar social e mental também”, frisa o coordenador. Para a realização das oficinas, a equipe envolvida vem arrecadando material em lojas comerciais de Maceió e tendo também como parceira a sociedade civil.
Pesquisa e parceria
Para a implantação do projeto no Village Campestre I e Acauã, a equipe realizou uma pesquisa objetivando, principalmente, detectar quem poderia nessas comunidades oferecer os cursos de geração de renda. “É importante que o público-alvo do projeto tenha a formação básica, abrindo o caminho para empresas parceiras e compradoras dos produtos, e que no andamento das ações seja despertada a ideia do cooperativismo. As participantes da oficina de corte e costura vêm recebendo treinamento sobre costura profissional, e já há o interesse de empresas para contratação de profissionais que dominem essa atividade”, informa Carlos Everaldo.
Desenvolver ações acadêmicas em parceria com a comunidade não é nenhuma novidade para o professor Carlos Everaldo Costa. Quando docente do curso de Administração do Campus Arapiraca, foi coordenador dos projetos “Coletiva Seletiva de Lixo” e “Lixo Digital”. O primeiro foi feito em parceria com escolas públicas e privadas, e teve os alunos como os principais atores na realização de diversas atividades artísticas e culturais enfocando a temática. Já p segundo projeto, o “Lixo Digital”, resultou na montagem de 12 computadores aproveitando peças em bom estado. Os computadores foram doados à Casa da Menina, local em Arapiraca que cuida de crianças e jovens na faixa etária de 5 a 17 anos de idade.
Para o professor Carlos Everaldo, a importância do projeto Saúde e Geração de Renda para a mudança de qualidade de vida das comunidades envolvidas é percebida a partir do momento em que as pessoas começam a ver a Ufal como um espaço de aprendizado acessível aos seus filhos, netos ou parentes e a elas mesmas, e de sua importância para alcançar novos horizontes.
Sobre a contribuição do projeto para a formação acadêmica dos alunos, Carlos Everaldo destaca que o desenvolvimento de uma ação com essa finalidade é dotado de atividades relacionadas ao bem estar completo, difícil de ser alcançado de forma pura no ambiente competitivo. “A sociedade de consumo faz com que alguns valores sejam perdidos; e, por mais que se fale em responsabilidade social, na verdade essas ações estão distantes e distorcidas na mente da sociedade. Os alunos que estão vivenciando o conhecimento estão preparados para repassar o seu aprendizado a outras pessoas”, reforça o coordenador, lembrando o papel da Universidade na sociedade.