Gestão e empreendedorismo: o desafio é formar líderes para o século XXI

Engenheiro Civil, com Mestrado em Administração e atualmente aluno especial do Doutorado em Química da Universidade Federal de Alagoas, Edinaldo Marques Melo tem uma atuação versátil, mas com um foco bem definido: excelência em gestão. A questão colocada pelo pesquisador é como formar líderes com competências abrangentes, que possam encarar os desafios de uma sociedade globalizada e dinâmica, sem perder as referências da sua própria formação intelectual, emocional e cultural.


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A inteligência emocional é fundamental no ambiente de trabalho. Fonte: aleamaral.blogspot.com
A inteligência emocional é fundamental no ambiente de trabalho. Fonte: aleamaral.blogspot.com

Lenilda Luna - jornalista

Em anos de experiência como gestor, o pesquisador avalia que as universidades formam profissionais competentes, que produzem conhecimento, mas são limitados por não agregarem outras competências, que contribuem para o trabalho em equipe. “São pessoas com um conhecimento profundo em suas áreas, mas que não evoluem no autoconhecimento e, por isso, são incapazes de liderar a si mesmas e se automotivar”, explica o doutorando.

Inteligência Emocional

Edinaldo Melo destaca a importância de trabalhar os dois lados da mente: o racional e o intuitivo. “É preciso saber trabalhar as emoções, sair do campo do conhecimento para o da sabedoria”, avalia o professor.

Segundo Melo, as empresas hoje buscam, além de currículos que denotem competência técnica, a capacidade de estabelecer boas relações interpessoais. “É preciso criar um bom ambiente de trabalho para ser produtivo. Alguns profissionais têm altíssimo nível técnico, mas são desequilibrados emocionalmente”, ressalta Edinaldo.

Para o professor, os cursos de graduação precisam despertar para essa exigência. “Qualquer conhecimento científico, em qualquer área, deve ser enriquecido com o autoconhecimento. Precisamos do técnico, do cientista, mas precisamos, sobretudo, das pessoas”, destaca o pesquisador.

Sem isso, o professor avalia que vamos continuar tendo potências subutilizadas. “Temos pessoas, na academia e nas empresas, que tem uma capacidade enorme, mas não produzem bem porque falta a competência intrapessoal”. Edinaldo coloca como exemplo os bons pesquisadores, mas que não sabem se relacionar com os alunos e por isso não são bons professores.

O pesquisador ressalta ainda que os paradigmas da era industrial estão superados. “Ver o ser humano como o componente de uma máquina é ultrapassado. Precisamos ressaltar a capacidade integral do ser, numa visão holística”, diz Edinaldo. “O diploma de graduação tem validade, mas é preciso reaprender sempre”, orienta o professor.

Motivação

Em ambientes de trabalho na visão industrial, alguns funcionários eram treinados para pensar e planejar os processos e outros para executar. “Esse modelo não serve mais. Para motivar as pessoas num ambiente de trabalho, é preciso engajá-las na elaboração dos processos. Ninguém fica satisfeito apenas em executar uma tarefa repetitiva, sem entender a importância dela”, considera Edinaldo Melo.

Edinaldo Melo avalia que estamos vivendo um “apagão de gestão”, por isso, os resultados nas esferas pública e privada são tão lentos. “Grandes projetos são feitos em equipe, por isso a capacidade de se relacionar é fundamental”, diz o professor.

O professor enfatiza ainda que ter metas é fundamental para a vida, mais do que capital financeiro. “Temos vários exemplos de sucesso de pessoas que não tinham patrimônio inicial, mas tinham uma grande vontade de vencer, um propósito, e isso contou mais do que no caso de pessoas que têm um suporte inicial, mas não tem direcionamento”, pondera o pesquisador em gestão.

Por isso, a sugestão é agregar às competências técnicas um profundo respeito pela capacidade de inovação das pessoas. “Isso faz uma enorme diferença, quando se fala em liderança e em gestão”, conclui Edinaldo Marques de Melo. Para mais informações, visite o blog do pesquisador.