Pesquisadores avaliam a reação da Reserva do Ibama à poluição de Maceió

Alunos e mestrandos de Meteorologia passaram várias noites acampados dentro da reserva do Ibama, no bairro da Gruta de Lourdes. Com os equipamentos do Laboratório de Poluição do Instituto de Ciências Atmosféricas (Icat), os pesquisadores levantaram dados, de 20 de abril a 20 de maio, para determinar os níveis de compostos nitrogenados (NOx) e dióxido de carbono (CO2) presentes nos 55 hectares de mata atlântica secundária.


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Mikael Rodrigues, Edizânio Vieira e Marco Antônio no Ibama com a unidade móvel de Meteorologia
Mikael Rodrigues, Edizânio Vieira e Marco Antônio no Ibama com a unidade móvel de Meteorologia

Lenilda Luna - jornalista

“A intenção é saber se a presença da mata contribui para reduzir os níveis de poluição atmosférica produzidas pela Avenida Fernandes Lima, por exemplo, que é uma das áreas mais críticas da nossa cidade”, explica Edizânio José Belo Vieira, aluno da graduação em Meteorologia.

O Laboratório do Icat conta uma unidade móvel bem equipada com  Analisador Automático de CO2 e outro para análise de Óxidos Nitrogenados, da empresa Teledyne. “Com esses equipamentos, podemos coletar dados a cada 10 minutos, para fazer uma avaliação de como a mata reage a esses poluentes e se é capaz de absorver estes compostos”, diz Mikael Rodrigues, mestrando em Meteorologia.

Os alunos fizeram as medições entre 22h e 6h do dia seguinte. “Foi uma aventura passar essas noites numa tenda no Ibama cuidando dos equipamentos para que não fossem danificados pelos macacos e outros animais que ficam livres na reserva”, contou Edizânio.

Eles coletaram a primeira amostragem em maio por ser um mês de chuva, e voltam a repetir as coletas em setembro, que é um período mais seco. “Queremos ver as reações atmosféricas nessas diferentes condições de temperatura e umidade do ar”, explica Mikael.

Os dados levantados pelos alunos serão analisados e vão servir de base para a dissertação de mestrado da aluna Kátia Monalisa e também para outros artigos científicos que devem ser elaborados pelo grupo.

“No final, queremos saber como essa mata presente dentro da cidade nos protege das altas temperaturas e dos gases tóxicos, tornando o ambiente mais brando apesar da poluição gerada pela grande quantidade de automóveis no trânsito”, concluem os pesquisadores.

A pesquisa é coordenada pelos professores Ronabson Cardoso Fernandes, mestre em Meteorologia, e Manoel Ferreira do Nascimento Filho, doutor em Fisico-Química do Meio Ambiente.

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Fonte: Portal do Icat

A previsão do tempo é apenas uma dentre muitas atividades que o Meteorologista pode realizar. Muitos se dedicam a pesquisas dos processos e movimentos da atmosfera. Outros são educadores, técnicos, consultores, administradores, redatores e empresários. No entanto, o curso de Graduação em Meteorologia deve apresentar um perfil comum que é a sólida formação científica e profissional que capacite o Meteorologista a absorver e desenvolver novas tecnologias que o possibilite gerar, analisar e interpretar produtos meteorológicos para aplicação nos diversos ramos da ciência, face às demandas sociais, com visão crítica, criativa, ética e humanística.