Projeto em Branquinha trabalha Economia Solidária com assentados
“A solidariedade como fundamento do desenvolvimento local sustentado” é o projeto que está em plena ação, sob a coordenação da arquiteta e urbanista Cristina de Souza Lira Gameleira no município de Branquinha, a cerca de 80 Km de Maceió. A iniciativa integra o Projeto de Economia de Comunhão do Brasil, que enfoca um novo modelo de gestão empresarial onde o homem e sua necessidade são o centro do processo econômico e não o capital e todo o contexto no qual está inserido o capitalismo.
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Diana Monteiro – jornalista
Ao falar sobre o projeto, Cristina Gameleira informa que a ação extensionista começou ainda na década de 90, vindo a se transformar em projeto a partir de 2003 com o desenvolvimento de atividades junto a 40 pessoas do Assentamento Zumbi dos Palmares, localizado em Branquinha.
“A ousada proposta que propõe a partilha para fins humanitários, tendo como fio condutor o Projeto Economia de Comunhão, completou no último mês de maio vinte anos de existência, com a difusão do projeto já em nível internacional. A comemoração do vigésimo aniversário foi realizada no Memorial da América Latina, em São Paulo, com participação de empresários dos cinco continentes”, destaca Cristina, representante da Ufal com a pesquisa realizada em Alagoas.
Para dedicar-se mais à ação extensionista que está à frente desde a década de 90, Cristina Gameleira solicitou transferência da Superintendência de Infraeestrutura (Sinfra) para a Faculdade de Serviço Social (FSSO), firmando parceria com o grupo de pesquisa coordenado pela professora Margarida Santos. Seis alunos bolsistas de Serviço Social, Agronomia, Relações Públicas e Administração compõem atualmente a equipe multidisciplinar do projeto.
Atividades do projeto
Propor um diálogo entre a teoria do desenvolvimento sustentável e os princípios que norteiam a Economia de Comunhão foi o passo inicial da pesquisa realizada em Branquinha, alvo do projeto. “O objetivo foi conduzir um novo conceito de desenvolvimento com solidariedade e extrair alternativas para superar os gritantes problemas de pobreza existentes município que continua se sobressaindo com preocupantes Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) no Estado”, frisa a coordenadora.
De acordo com Cristina Gameleira, a realidade fez com que o projeto apresentasse alternativas tendo como primeiro aspecto a formação humana dos agentes que conduzem o desenvolvimento no município, envolvendo, dessa forma, agroempresários e a comunidade. “O objetivo é que a médio e longo prazos crie-se uma espécie de laboratório de desenvolvimento sustentável com solidariedade mais ampliada nos cinco assentamentos existentes em Branquinha, fixando o jovem no município, através de pequenas unidades fabris de beneficiamento dos produtos agrícolas”, destaca Cristina.
A coordenadora cita ainda que os demais aspectos do projeto são humanizar a economia; criar postos de emprego; e formar a comunidade nos princípios de solidariedade. “Os estudos de casos que enfocam a temática do projeto em Alagoas estão presentes no Movimento dos Focolares, do qual participo desde 1981, onde o autodesenvolvimento que existe no Brasil, África e Filipinas demonstra que é possível uma maior justiça social a partir da formação de recursos humanos no desenvolvimento do processo”, destaca.
Para este ano, o projeto em Branquinha tem definidas várias ações, como a aquisição de máquinas para produção de polpas de frutas, de artesanato a partir da folha de bananeira; confecção de bijouterias com sementes; cursos de português para os assentados; e conclusão da pequena incubadora de empreendedores solidários.
“Pretendemos expandir a equipe e montar um corpo técnico do projeto. Quem se sentir identificado com a temática e tiver interesse na ação de extensão promovida pela Ufal, pode entrar em contato conosco”, complementa a coordenadora. Os interessados podem obter mais informações através do telefone (82) 9101-7806, do e-mail cristina_lira1@hotmail ou do site.