Campus Arapiraca pesquisa “circuito de feiras” da região Agreste
Em pleno desenvolvimento no Campus Arapiraca, o projeto “A construção da identidade territorial do Agreste sob o olhar das feiras de Arapiraca” envolve cerca de 1500 feirantes da região e vem abrangendo também municípios circunvizinhos, como Penedo, Teotônio Vilela e Campo Alegre. De acordo com o coordenador do projeto, professor Samuel Pires Melo, quatro feiras no município de Arapiraca já foram estudadas, dentre elas a Feira de Agricultura Familiar.
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Diana Monteiro – jornalista
Objetivando sistematizar o processo de territorialização das feiras da região, o projeto contou, na primeira etapa, com participação dos alunos da disciplina Seminário Integrador I, na qual foi projetada a geografia das feiras visando à construção social dos seus espaços físicos.
Samuel Pires informa que a segunda etapa do projeto está voltada para o estudo da Feira de Agricultura Familiar que se localiza em espaço nobre da cidade de Arapiraca, na Praça Ceci Cunha. A feira recebe todo o suporte de funcionamento por parte do poder público municipal. Colaboram com o estudo alunas dos cursos de Administração Pública, Letras e Zootecnia.
“Nessa feira, os agricultores familiares comercializam produtos convencionais e também orgânicos. Sob a minha coordenação, a equipe formadas pelas alunas Bruna da Silva, Lucivânia dos Santos Silva e Samuel Arestides de Lira Silva vem conhecendo a trajetória dos agricultores e agricultoras familiares, que vai desde a produção à venda dos produtos. É importante destacar que na Feira de Agricultura Familiar, os feirantes contam com apoio das filhas alunas do Campus Arapiraca, que vêm fazendo cursos afins com essa área, a exemplo do curso de Agronomia”, diz o professor Samuel Pires.
Transferido recentemente do Campus do Sertão para o Campus Arapiraca, onde também vem coordenando um projeto com foco nessa temática no Alto Sertão, o professor Samuel diz que a motivação para os estudos nessa área foi na verdade pela efervescência do “circuito de feiras” em Alagoas, que não é tão presente em seu estado de origem, o Piauí.
“Na verdade, desde que cheguei em Alagoas venho observando esse fenômeno ímpar , que é o 'circuito de feiras', e me encantei. Desde então, quando chego em qualquer município saio procurando feira. Nas salas de aula, a maioria dos alunos se maravilha com a temática, pelo reconhecimento e identificação de algo que é deles, porque muitos trabalham em feiras ou têm parentes próximos trabalhando. Toda essa realidade me motivou a desenvolver projetos com esse foco, propondo na grade curricular, no caso na disciplina Seminário Integrador I, a sistematização das feiras de cada região estudada junto à equipe envolvida no projeto”, afirma o professor Samuel.
Sobre a contribuição do projeto para a formação acadêmica dos alunos, Samuel diz que além do reconhecimento da importância da feira para o Estado de Alagoas e municípios, o projeto procura delinear aspectos que direcionem de uma maneira geral conteúdos do Tronco Inicial dos cursos dos Campi Arapiraca e do Sertão, mas que também sirva de direcionamento para conteúdos específicos de cada curso.
A importância do projeto para o desenvolvimento econômico, cultural e social das regiões pesquisadas também é destacada pelo professor. “Trabalhamos o reconhecimento que as feiras têm junto à comunidade local, pois são lugares de mobilização de pessoas, que fazem da atividade meio de sobrevivência, pensam no futuro e fazem o futuro acontecer”, acrescenta Samuel Pires.