"Bibliotecas Públicas e Escolares" abre ciclo de palestras da Bienal
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Graça Carvalho - jornalista
A palestra “Bibliotecas Públicas e Escolares: espaços multiculturais e de estímulo à leitura”, que será proferida no sábado, 22, às 10h, pela presidente da Associação Alagoana de Profissionais Bibliotecários, Wilma Nóbrega, juntamente com o professor Elias Barbosa, vai abrir as atividades programadas para o auditório do Centro de Convenções de Maceió, durante a V Bienal Internacional do Livro de Alagoas.
Com experiência acumulada na elaboração e execução de projetos de desenvolvimento de leitura e uso da informação (com linhas de pesquisa nas áreas de bibliotecas escolares, bibliotecas públicas, leitura e informação pública), Wilma se diz entusiasmada pela inclusão dessa temática na semana de abertura da Bienal. Na entrevista, a seguir, ela adiantou um pouco do que pretende tratar no bate-papo com o público.
Ascom Bienal - Na sua opinião, as bibliotecas tradicionais estão perdendo espaço e leitores num mundo cada vez mais virtualizado? Ou estão se reinventando e tornando a tecnologia uma aliada em busca de novos leitores?
Wilma Nóbrega - As bibliotecas tradicionais que ainda não se adequaram ao uso das novas tecnologiais, com certeza, vão atrair cada vez menos usuários. Por mais atualizado que seja seu acervo físico o acesso virtual, o uso das novas tecnologias é indispensável, especialmente, por propiciar a rapidez das respostas aos questionamentos mais simples dos cidadãos.
Ascom Bienal - Qual é o perfil, atual, das pessoas que freqüentam bibliotecas públicas?
Wilma Nóbrega - As bibliotecas públicas em sua maioria ainda são freqüentadas por jovens estudantes que buscam apoio para suas tarefas escolares, como também por aqueles que utilizam o espaço para estudar para concursos públicos. Acreditamos que o perfil pode se diversificar com uma maior estruturação dos espaços e mais investimento em projetos de incentivo à promoção desses espaços multiculturais.
Ascom Bienal - As bibliotecas escolares continuam trabalhando especificamente voltadas para um consumo imediato de conhecimento (voltado às necessidade desta ou daquela escola) ou já passaram a atuar como pontes entre a escola e a sociedade?
Wilma Nóbrega - As bibliotecas escolares aos poucos estão se moldando e disponibilizando seus espaços à sociedade, não se limitando apenas ao uso do seu espaço nos dias de aula pelos alunos, professores e técnicos. Com a nova proposta da Escola Aberta, as bibliotecas escolares têm participado da promoção e difusão de ações culturais com vistas a favorecer o entendimento da identidade do cidadão no espaço onde vive. No entanto, ainda são poucas as escolas do país que seguem os padrões mínimos exigidos para o bom funcionamento de uma biblioteca escolar, no tocante a espaço físico, acervo, equipamentos de informática. Poucas também dispõem em seu quadro de um profissional bibliotecário.
Ascom Bienal - Sua palestra vai abrir o ciclo de palestras previstas na Bienal. Qual a importância desse tema ter sido eleito para dar início às atividades do evento?
Wilma - O público que freqüenta uma Bienal é bastante diversificado. Iniciar o ciclo de palestras falando para pais, educadores, profissionais liberais e jovens, sobre o papel dessas duas grandes instituições que fazem parte da vida de cada um desde muito pequenos, é estimulante. Pretendemos abordar a importância da família, da escola e dos governos na formação do leitor. Acredito que o incentivo ao gosto pela leitura começa desde cedo em nossas casas. É inegável que a criança, ao presenciar os pais lendo o jornal e perceber livros e revistas entre seus brinquedos, sente-se bem mais à vontade no espaço da biblioteca da escola e da Biblioteca Pública. Nós verificamos isso, na nossa prática profissional.
Ascom Bienal - Há alguma movimentação, em Alagoas, para dinamização das atividades nas bibliotecas?
Wilma Nóbrega – Há, sim. Pretendemos inclusive mostrar experiências que estão dando certo e o quanto o estado de Alagoas vem se preocupando com a criação e o fortalecimento desses importantes equipamentos, estimulando gestores municipais a implantar bibliotecas públicas e escolares, bem como a implementação de um Plano Estadual para o Livro e a Leitura. Isso tudo pode resultar na formação de novos leitores e contribuir para o aumento dos índices de leitura no estado.
Confira a programação completa da bienal aqui.