Finep aprova cerca de seis milhões de reais para laboratórios da Ufal
O resultado preliminar do Edital de fundos setoriais da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), publicado no último dia 16 de setembro, indicou a aprovação de cinco projetos da Ufal, totalizando R$ 5.902.490,00 que devem ser liberados no início de 2012. O resultado ainda será confirmado no dia 16 de novembro, mas a pós-graduação da Ufal já comemora. “Este período é para que os descontentes recorram. Mas é muito difícil que se mexa no que já foi recomendado”, diz Josealdo Tonholo, Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação.
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Lenilda Luna - jornalista
Os projetos pré-aprovados são “Desenvolvimento de Microtecnologias Aplicadas para Dispositivos Eletromecânicos, Eletroluminuscentes e Biosensores”, que está na fase quatro, no Instituto de Física, e vai receber R$ 1.431.700,00 para a continuidade; “Núcleo de Pesquisas nas Áreas de Química e Biotecnologia”, do Instituto de Química e Biotecnologia (IQB), com R$ 1.467.588,00; “Estruturação do Núcleo de Desenvolvimento Nanotecnológico em Pesquisas Farmacêuticas, Terapêuticas e Biológicas”, da Escola de Enfermagem e Farmácia (Esenfar), com R$ 628.393,00; “Consolidação da Pós-graduação e Pesquisa de Ciências Agrárias”, com R$ 1.499.000,00; e investimentos de R$ 875.809,00 no Centro de Pesquisas sobre Tecnologias Digitais para Educação.
“Esta é a décima edição consecutiva do Edital do Finep em que a Ufal é contemplada”, diz o pesquisador Marcos Vermelho, do Instituto de Física. Para o doutor em Física, isso revela a consolidação dos investimentos na área de pesquisa, com investimentos em laboratórios equipados com aparelhos de ponta. “Os recursos liberados pela Finep também são proporcionais ao número de doutores da Universidade e aos grupos de pesquisa atuantes e produtivos que nós temos”, explica Marcos Vermelho.
A Finep é uma empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, que direciona recursos para financiamento de projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação no País. Há 16 Fundos Setoriais, sendo que um deles é destinado a apoiar a melhoria da infraestrutura, construindo e equipando laboratórios de pesquisas das universidades.
Inovação em Física
Com a liberação dos recursos, em 2012, a pesquisa coordenada pelo professor Marcos Vermelho, no grupo “Dispositivos Fotônicos Integrados”, vai dar um salto de qualidade ainda maior. “Já temos um grande diferencial aqui na Ufal, porque somos o primeiro laboratório no Brasil a trabalhar com dispositivos ópticos compatíveis com as redes de fibra óptica. Este tipo de tecnologia só é utilizado em grandes empresas de telecomunicações no mundo, como as japonesas, britânicas e norte-americanas”, relata o pesquisador.
Marcos Vermelho explica que o impacto da implantação de um grupo de pesquisa em dispositivos ópticos integrados será, principalmente, nas áreas de sistemas de telecomunicações e sensores. “O crescente aumento na utilização das redes de comunicações após a popularização da internet exige constante desenvolvimento de novas tecnologias e a redução de custos dos seus dispositivos”, ressalta o pesquisador.
O grupo de pesquisa busca uma arquitetura para essas redes feitas totalmente com dispositivos ópticos integrados que sejam de baixos custos e possíveis de fabricação em massa. “Dentre as técnicas utilizadas atualmente para fabricação de circuitos ópticos integrados, a mais compatível com os sistemas de comunicações em fibras ópticas existentes é a deposição por reação química em chama, devido à semelhança entre os vidros”, destaca Marcos Vermelho.
Incentivo à pesquisa em Farmácia
Outra unidade que comemora a aprovação do projeto de financiamento é a Esenfar. Parte dos recursos vai contemplar o Grupo de Pesquisa em Tecnologia e Controle de Qualidade dos Medicamentos, coordenado pelo professor Ticiano Gomes, que investiga as propriedades farmacológicas da própolis vermelha, encontrada no litoral alagoano.
Segundo o professor, esse investimento será importante para melhorar a qualidade da pesquisa. “Com novos equipamentos, conseguiremos comprovar as propriedades químicas, fisioquímicas, farmacológicas e toxicológicas da própolis vermelha. Nossa pesquisa aqui na Ufal é recente, tem menos de cinco anos, mas temos perspectivas de produzir bons resultados para a sociedade alagoana”, comemora Ticiano Gomes.