Sistema penitenciário quer ampliar parceria com universidade

Objetivo é aumentar número de reeducandos trabalhando nos campi e incluí-los em programas de qualificação


- Atualizado em
Reunião realizada no gabinete do reitor Eurico Lôbo
Reunião realizada no gabinete do reitor Eurico Lôbo

Simoneide Araujo – jornalista

Em reunião com o reitor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Eurico Lôbo, o superintendente-geral de Administração Penitenciária do Estado, tenente-coronel Carlos Luna, solicitou a ampliação dos convênios existentes entre as duas instituições. O objetivo é abrir mais vagas de trabalho para os reenducandos e promover a qualificação dessas pessoas que estão no regime semiaberto.

Luna informou que existem 160 pessoas inseridas em atividades de trabalho, das quais 41 estão na Ufal. “A intenção é ampliar nossa parceria com a universidade para que possamos abrir mais vagas de trabalho para os reeducandos. Outra proposta é podermos promover cursos para qualificar esse público específico e capacitar nossos gestores”, esclareceu.

O superintendente falou do trabalho que está sendo realizado para formação e reinserção dos reeducandos. “A educação faz a diferença; é uma mudança de cultura e já estamos colhendo bons resultados. No último Enem, tivemos dois dos nossos reeducandos classificados no SiSU [Sistema de Seleção Unificada] para a Ufal”, ressaltou.

O reitor disse que essas iniciativas compõem o papel social da universidade. “Vamos avaliar o pedido, mas acredito ser viável a ampliação da parceria existente. Quanto à oferta de cursos de qualificação e capacitação, são ações para serem avaliadas. Podemos oferecer cursos para os gestores do sistema prisional, agentes e técnicos, mas também desenvolver projetos de alfabetização e inclusão digital para os reeeducandos do semiaberto”, confirmou.

A pró-reitora de Gestão de Pessoas e do Trabalho, Sílvia Cardeal, propôs a elaboração de um cronograma mensal para planejar ações, realizar projetos e avaliar as atividades. “Somos um universo muito rico e creio que podemos contribuir com o processo de reinserção social”, destacou, ao colocar a Progep à disposição para as ações institucionais.

A professora do curso de Arquitetura, Suzan Cordeiro, disse que medidas a médio e longo prazos podem resultar em projetos de pesquisas acadêmicas dentro do sistema prisional. Mara Rejane Ribeiro, da Assessoria de Educação em Direitos Humanos e Segurança Pública da Ufal, disse ser possível fazer o trabalho na área de educação em direitos humanos, envolvendo alunos e professores da universidade e ouvindo os reeducandos. “Precisamos fazer também um trabalho de sensibilização da comunidade acadêmica”, revelou.

Presídio de Arapiraca

Durante a reunião, o superintendente Luna confirmou a retirada dos presos que estão no presídio de Arapiraca e a transferência para Maceió. “Essa é uma ação do governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Defesa Social, e não uma ação da Ufal. Temos a necessidade de resolver o problema da falta de estrutura para melhorar a segurança na área próxima ao Campus Arapiraca”, assegurou. Ele também informou a aprovação da emenda de 20 milhões de reais, da deputada federal Célia Rocha, para construção do novo local.

O reitor, mais uma vez, colocou-se à disposição, no sentido de disponibilizar grupo de profissionais interdisciplinar para desenvolver o trabalho social com os reeducandos de Arapiraca e os familiares. “É uma questão de respeito à pessoa”, completou.