Avaliadores da Finep orientam a finalizar projeto do CT-Infra
Após período de análises, comitê consolida avaliação ao indicar projetos que devem ser apoiados pela universidade
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Myllena Diniz – estudante de Jornalismo
Nos dias 13 e 14 de fevereiro, a Universidade Federal de Alagoas recebeu um comitê de avaliadores da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) - empresa que dá suporte público à ciência, à tecnologia e à inovação - e finalizou o projeto único que deverá ser submetido ao CT-Infra - Fundo de Infraestrutura até o dia 1º de março.
O CT-Infra é uma fonte de financiamento responsável por 20% dos recursos destinados a cada Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FDCT), que viabiliza a modernização e a ampliação da infraestrutura voltada para a pesquisa, bem como os projetos desenvolvidos em instituições públicas de ensino superior e em demais institutos científicos brasileiros. Assim, anualmente, o CT-Infra lança um edital que beneficia universidades, institutos tecnológicos e estudos isolados presentes no País inteiro.
Neste ano, a estimativa é de que cerca de 400 milhões de reais sejam destinados a esses fins, mas a disputa é grande e mais de 300 instituições, incluindo a Ufal, concorrem ao financiamento de projetos. Nos últimos anos, o montante total de recursos solicitados alcançou o triplo do valor disponibilizado pelo CT-Infra e tornou-se um desafio em termos de avaliação. Por isso, os projetos aprovados são os que obtêm as melhores qualificações.
Segundo o professor Josealdo Tonholo, coordenador do projeto único da Ufal de 2012, a instituição tem direito a enviar sete projetos, que somados devem obedecer ao valor de 14 milhões de reais. No entanto, a demanda interna bruta da universidade ultrapassou o limite ofertado e chegou aos 18 milhões de reais, saldo que tornou necessária a pré-seleção das propostas de interesse da comunidade acadêmica. “Dividida em onze propostas, nossa demanda foi analisada , sob o critério de competitividade, por nove assessores do comitê de avaliação da própria Finep. Após a análise, foram definidos os projetos com maior destaque e realizadas as adequações necessárias para cada um. Ao fim, esse número foi resumido a sete”, destacou.
De acordo com o professor Tonholo, o engajamento de diversos setores da academia alagoana foi fundamental para a construção da sua atual proposta. “Para a elaboração final do projeto da Ufal, foi necessária a participação da comunidade acadêmica no geral, principalmente, a dos setores vinculados aos cursos de pós-graduação, bem como aos pesquisadores que têm bolsas de produtividade em pesquisa e que são líderes e participantes desses projetos”, ressaltou.
As propostas englobam diferentes unidades acadêmicas e apresentam grande diversidade de ações voltadas para pesquisas. O Instituto de Química e Biotecnologia (IQB) solicita um microscópio de transmissão eletrônica. Já o Instituto de Física (IF) propõe a construção de equipamentos de dispositivos ópticos e acústicos, úteis na fabricação de displays e de atividades médicas. Outros beneficiados com o projeto serão os docentes do Centro de Ciências Agrárias (Ceca) e do Campus Arapiraca, nas áreas de Agronomia e Zootecnia.
Para o curso de Farmácia, o projeto visa à instalação de equipamentos para estudos fisiológicos e para o desenvolvimento de fármacos. No Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS), o objetivo é outro, visto que os materiais solicitados serão aplicados na análise de DNA e na investigação de tecidos biológicos. Uma outra proposta, com caráter multidisciplinar, permite que os cursos de Engenharia, Psicologia, Ciências Sociais e Ciências Econômicas sejam beneficiados com a implantação de um núcleo de desenvolvimento ambiental sustentável.
No quesito inovação, o projeto da universidade não deixa a desejar. Caso seja aprovada, a proposta única contemplará o Instituto de Computação (IC) e o Centro de Tecnologia (Ctec) com a construção de uma casa inteligente, conhecida como smart grid. “É uma casa que permite o controle de energia e de acesso. Por exemplo, ao perceber que o morador se aproxima, a casa pode abrir e fechar as portas, ligar a cafeteira, aumentar ou diminuir a refrigeração de seus ambientes e realizar outras atividades, de acordo com o perfil das pessoas que a frequentam”, explicou Tonholo.
Parceria Ufal e CT-Infra
A participação da Ufal no programa CT-Infra teve início no ano 2000. A parceria já beneficiou a universidade com, aproximadamente, 30 milhões de reais. Entre os resultados desses investimentos, encontram-se o Laboratório de Computação Científica e Visualização (LCCV), conhecido como Severinão; o Centro de Pesquisa em Matemática Computacional (CPMat); o almoxarifado de produtos controlados; diversas reformas no Centro de Ciências Agrárias (Ceca); a casa de pesquisadores da Serra do Ouro; e a implantação de vários equipamentos de alto valor agregado, utilizados pelos pesquisadores da Ufal.