Mais de 200 profissionais recebem capacitação em Direitos Humanos

São representantes das áreas da educação e da segurança pública do Estado


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Mara Rejane entrega certificado à delegada Simone Marques, da Apocal
Mara Rejane entrega certificado à delegada Simone Marques, da Apocal

Myllena Diniz – estudante de Jornalismo

Professores e gestores da educação básica de escolas municipais e profissionais da área de segurança pública de quatro cidades alagoanas participaram de capacitação em direitos humanos na Universidade Federal de Alagoas. Na última sexta-feira (3), houve a cerimônia de entrega de certificados a 253 participantes.

Trata-se do projeto “Construção Coletiva de Uma Cultura de Educação em Direitos Humanos”, promovido pela Assessoria de Educação em Direitos Humanos e Segurança Pública (Aedhesp) da Ufal.  A conclusão da capacitação nessa área foi uma das metas do programa, que se dividiu em três partes: instalação do núcleo interdisciplinar de políticas públicas de educação em direitos humanos; capacitações de profissionais da educação e da segurança pública; e instalação do Comitê Estadual de Educação em Direitos Humanos, prevista para abril deste ano, durante audiência pública, que será realizada na Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas.

Criada em 2009, a Aedhesp foi a primeira assessoria responsável por desenvolver ações relacionadas à Educação em Direitos Humanos (EDH) implantada numa universidade pública brasileira. Para o gerente do projeto, Arlan Montelares, a EDH é um novo paradigma para a educação brasileira. “Antes, a disseminação dos direitos humanos esbarrava na questão cultural, por isso, nosso foco tornou-se a educação básica, com a finalidade de que professores já comecem a educar seus alunos baseados nos direitos humanos”, ressaltou.

De acordo com Montelares, o projeto atingiu profissionais de Maceió, Santana do Ipanema, Maragogi e Penedo. Esses municípios foram escolhidos por possuírem um baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), atrelado ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Os representantes dessas cidades passaram 120 horas em contato com princípios de Educação em Direitos Humanos. “A capacitação ocorreu a partir de quatro módulos, que abordaram fundamentos jurídicos, educacionais, culturais, políticos e éticos de EDH”, destacou o gerente do projeto.

Além de Arlan, participaram da solenidade de entrega dos certificados a assessora da Aedhesp e coordenadora do projeto, Mara Rejane Ribeiro; a delegada Simone Marques, diretora da Academia de Polícia Civil de Alagoas (Apocal); a prefeita de Santana do Ipanema, Renilde Bulhões; e as professoras Cristina Almeida e Jeane Couto, representantes da área de educação.

Compromisso

Para Mara Rejane, a universidade tem o compromisso com atividades que interferem nos aspectos sociais. “O papel da Ufal é trabalhar com várias áreas e avançar nas questões dos direitos humanos. Cada vez mais se fala neles e, ao mesmo tempo, cresce a violência. Então, a partir desse contraponto, devemos entender melhor a composição dos direitos humanos, para lutarmos por eles”, disse a professora.

Além disso, Mara Rejane destacou que os trabalhos da assessoria apresentam nova dinâmica para o entendimento e para a prática da EDH. “O nosso propósito é educar para uma cultura de direitos humanos. Esses cursos representam uma troca de conhecimentos e, por meio deles, estamos plantando a concepção da EDH. É preciso compreender que os direitos sociais, políticos e econômicos configuram a cidadania”, avaliou.

A delegada Simone Marques parabenizou a parceria e o intercâmbio entre a segurança pública e a Ufal. “Essa foi, com certeza, uma oportunidade para unirmos a prática ao conhecimento. Para a Polícia Civil essa capacitação foi um marco. Trabalhamos os direitos humanos por outro ponto de vista, relacionado aos próprios profissionais de segurança pública, não apenas aos assistidos”, enfatizou.

Outro integrante da Apocal, o policial civil Fábio Esperon, ressaltou que a base para a difusão dos direitos humanos está presente nas instituições de ensino. “A filosofia dos direitos humanos começa com os educadores, porque onde há educação não há violência. Então, quando saímos de uma filosofia que parte da universidade, passamos a ter um entrosamento melhor no trabalho e, consequentemente, a prestar um bom serviço”, afirmou.

A prefeita de Santana do Ipanema, Renilde Bulhões, parabenizou a Ufal pela iniciativa e expressou o que espera dos concluintes do curso. “Nós, de Santana, ficamos satisfeitos com os benefícios que a universidade está prestando a nossa população. Particularmente, espero que os participantes da capacitação sejam multiplicadores de informação, para que todos conheçam seus direitos”, relatou a gestora, que também destacou serem fundamentais os estudos desenvolvidos na área dos direitos humanos.

Segundo a professora em Santana do Ipanema, Josivânia Alencar, os pedagogos necessitam de maior aprofundamento na área para formar cidadãos conscientes. “A capacitação em EDH é uma iniciativa louvável. Como educadora, me sinto grata por ter uma perspectiva em Educação em Direitos Humanos em Alagoas”, refletiu.