Projeto Enfermeiros da Alegria se junta ao Sorriso de Plantão
Estudantes de Enfermagem levam alegria a crianças internadas em hospitais de Arapiraca
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Lenilda Luna - jornalista
Apesar de toda a tensão que cerca a rotina hospitalar, há alguns anos a figura da enfermeira pedindo silêncio deixou de ser a única referência de comportamento neste ambiente. Na Ufal, a ideia de levar mais alegria aos pacientes das alas pediátricas dos hospitais públicos de Maceió surgiu em 2002, com o projeto de extensão Sorriso de Plantão. De lá para cá, foram centenas de acadêmicos de Medicina que aderiram à proposta de tratar com mais solidariedade, alegria e carinho às crianças que estão lutando para recuperar a saúde. Só em 2011, foram 146 selecionados.
A metodologia do Sorriso de Plantão e as várias experiências realizadas ao redor do mundo inspiraram o projeto “Enfermeiros da Alegria”. O profissional de Enfermagem é ainda mais constante no acompanhamento diário dos pacientes internados. Por isso, no Campus Arapiraca, um grupo de alunos, professores e enfermeiros resolveu vestir-se de palhaço para contribuir com a recuperação das crianças hospitalizadas.
O projeto “Enfermeiros da Alegria: o sorriso contagia!” foi aprovado no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Pesquisa-Ação (Pibip-Ação) de 2011. São 24 estudantes de Enfermagem do Campus Arapiraca, que atuam com a supervisão de professores e profissionais da saúde do município.
As atividades lúdicas são realizadas semanalmente nas unidades pediátricas de três hospitais de Arapiraca. A coordenadora do projeto, professora Ivanise Gomes de Souza Bittencourt, explica que a hospitalização é uma experiência traumática para as crianças e seus familiares. “Pretendemos, com esse projeto, contribuir para a recuperação dessas crianças e para a compreensão da importância de atividades lúdicas no processo de organização da assistência de crianças hospitalizadas”, ressaltou Ivanise.
Durante as visitas dos Enfermeiros da Alegria, são realizadas várias atividades com as crianças internadas, utilizando músicas, danças, dinâmicas, brincadeiras e entrega de presentes. As mães e profissionais do serviço também participam. “Ter a oportunidade de compartilhar nossa alegria com aquelas crianças e receber lindos sorrisos, beijos e abraços que aqueceram os nossos corações, foram momentos únicos que nos enriqueceram como pessoa e futuros profissionais”, disse a aluna de Enfermagem Jaqueline Ferro.
A experiência tem gerado frutos pessoais e científicos. No Congresso Acadêmico de 2011 foram apresentados cinco trabalhos de extensão e iniciação científica, relacionados ao projeto Enfermeiros da Alegria. Os estudantes de Enfermagem Alex Devyson Moreira, Lisiane Oliveira e Aryane Melo, do Campus Arapiraca, abordaram a contribuição do lúdico no tratamento das crianças internadas nas alas pediátricas.
Em maio de 2012, haverá uma nova seleção para a continuidade do projeto Enfermeiros da Alegria, mas com uma novidade: o projeto será incorporado ao Sorriso de Plantão, que já pretendia levar suas ações para o interior. “A partir dessa parceria, pretendemos que mais voluntários de outras áreas de graduação possam participar, para que seja cada vez mais reconhecida a importância desse tipo de atividade para crianças hospitalizadas e com divulgação científica das experiências e contribuições”, conclui Ivanise Bittencourt.
Terapia do Riso
Ninguém quer ficar doente e menos ainda ser internado em um hospital. Para as crianças, então, cheias de vivacidade, é difícil entender o processo da doença. Médicos e enfermeiras, baseados em estudos, descobriram que a alegria contribui para o processo de cura.
A terapia do riso começou a ser abordada pelos profissionais da saúde no Ocidente a partir da década de 60. A experiência ficou mais famosa com a atuação do médico americano Hunter Adams, que na década de 70 levou mais leveza e diversão aos hospitais norte-americanos. Patch Adams, como ficou conhecido o médico, escreveu dois livros sobre o tema da alegria no tratamento de doenças. Um deles inspirou o filme Patch Adams - O Amor é contagioso, de 1998.