Ufal é destaque no Programa Ciência sem Fronteiras

Universidade aparece como a 6ª instituição do Brasil que mais envia alunos para o exterior com financiamento do CNPq


- Atualizado em

Myllena Diniz – estudante de Jornalismo

Neste mês, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) promoveu o seminário Internacionalização nas Universidades Federais, no qual foram discutidos os resultados e os rumos da expansão das academias. Em apresentação realizada por Márcio Ramos de Oliveira, coordenador-geral de cooperação internacional do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Ufal aparece como a sexta instituição do Brasil que mais envia alunos para o exterior com financiamento da agência, por meio do programa Ciência sem Fronteiras.

França, Estados Unidos, Chile, Reino Unido e Portugal têm sido as principais rotas dos estudantes de graduação da universidade, que não para de enviar alunos para intercâmbios estudantis em diversas partes do mundo. A mobilidade faz parte do programa Ciência sem Fronteiras, cujo objetivo é oferecer, em quatro anos, 101 mil bolsas para universitários e pesquisadores de todo o País, dos quais 75 mil serão disponibilizadas pelo governo federal e 26 mil, pela iniciativa privada.

Em 2011, primeiro ano do projeto, a Ufal selecionou 34 alunos para a graduação sanduíche (SWG), modalidade correspondente ao período de seis meses a um ano em universidades do exterior. Desse total, 28 alunos já chegaram ao destino escolhido.

O assessor de intercâmbio internacional da Ufal, professor Niraldo de Farias, afirma que a meta da universidade não tem limite. “A instituição tem interesse no maior número possível de bolsas disponíveis. No ano passado, o governo federal estipulou cotas fixas pelo CNPq. No entanto, em 2012 não foram estabelecidas cotas para oferta de bolsas. Então, nosso interesse é fazer crescer ainda mais o número de candidatos da Ufal”, destacou.

Segundo o assessor internacional, o mérito da universidade é fruto do esforço institucional e da vontade individual dos alunos. “Os estudantes têm grande contribuição na conquista das bolsas, assim como suas unidades acadêmicas. Inclusive, nessa primeira leva de alunos, o CNPq não fez contato com as universidades do exterior. Quem realizou essa comunicação foram os próprios selecionados e as unidades acadêmicas”, acrescentou Niraldo.

Uma das grandes barreiras para as atividades de mobilidade acadêmica é o pequeno número de indivíduos com conhecimentos em línguas estrangeiras. De acordo com o assessor internacional, a universidade tem realizado esforços para minimizar esses entraves e aumentar o contingente de falantes de outros idiomas. “Além dos cursos de inglês, espanhol e francês, que já são ofertados na instituição, a novidade é o curso de alemão. A Pró-reitoria de Extensão também está envolvida no projeto e oferta alguns cursos de línguas estrangeiras, que são ministrados no Campus A. C. Simões. Outro empenho da universidade é visto na Casa de Cultura, aberta para a comunidade em geral”, ressaltou.

Os próximos passos

Neste ano, a Ufal teve 42 alunos inscritos no programa. Em seleção prévia, a universidade escolheu 22 candidatos para comporem oficialmente sua lista, que será enviada para Brasília. Os critérios para a avaliação dos estudantes são mérito acadêmico; participação em pesquisa e em olimpíadas acadêmicas; e conhecimento de língua estrangeira, considerado grande obstáculo no processo, visto que as universidades exigem dos intercambistas um nível relativamente alto de fluência no idioma.

De acordo com Niraldo, a Ufal está empenhada no desenvolvimento do projeto de universalização do ensino de línguas estrangeiras. “Está em andamento uma proposta institucional para apoiar e consolidar o ensino de línguas, sobretudo a espanhola e a inglesa. Pretendemos criar uma estrutura institucional para a internacionalização de cada unidade acadêmica, já que cada uma possui perfil científico e estratégias diferentes”, revelou.

A universidade consolida, gradativamente, o seu processo de internacionalização e é referência para acadêmicos de outras partes do mundo. Isso torna crescente a criação de medidas que contribuam com a dinâmica da instituição nesse cenário. “Em 2011, a Ufal fez parte de um programa com a Organização dos Estados Americanos [OEA]. Cerca de 450 candidatos de países da América Central e da América do Sul estavam interessados em fazer mestrado aqui, mas não tivemos como atender a toda essa demanda. Isso exige que a universidade se prepare para oferecer cursos em língua inglesa e espanhola, pois, além de muitos acadêmicos terem o interesse em estudar nela, o processo de internacionalização exige que a universidade oferte cursos em mais de um idioma”, ressaltou Niraldo.

As contribuições do programa Ciência sem Fronteiras

A iniciativa tem como pilares o melhor aproveitamento do conhecimento desenvolvido nas instituições de ensino e pesquisa mais qualificadas do mundo; a preparação dos universitários brasileiros para a dinâmica global; o fortalecimento da internacionalização das universidades do Brasil; e a atração de novos talentos e de pesquisadores qualificados para o mercado de trabalho brasileiro. “Esse programa acontece no momento em que está no auge a ideia da necessidade da educação internacionalizada. Os problemas deixaram de ser regionalizados e passaram a ser globalizados, dessa forma, os profissionais de hoje precisam ter experiências em, pelo menos, dois espaços diferenciados do planeta”, relatou Niraldo.

O assessor também destacou o estímulo fornecido à educação intercultural, considerada aspecto imprescindível para a cidadania universal. “É importante que os profissionais do futuro sejam formados dentro da perspectiva de mais de uma cultura, para que entendam os fenômenos de outros lugares e não se provincializem. Os alunos crescem muito com essa experiência e percebem o quanto os professores de sua universidade de origem possuem nível elevado e como o ensino aqui não fica aquém das instituições idealizadas – as europeias, por exemplo”.

Inscrições abertas

Já estão abertas as inscrições deste ano para o Programa Ciência sem Fronteiras. Os destinos são Portugal, Holanda, Espanha, Coreia do Sul, Canadá, Bélgica e Austrália. Os interessados devem se inscrever no site  http://www.cienciasemfronteiras.gov.br/web/csf/home até o dia 30 de abril. Com a lista dos inscritos formada, a Ufal fará sua pré-seleção, cujo resultado será enviado para Brasília até o dia 8 de maio. A seleção nacional será divulgada entre os dias 9 e 16 de maio.

Veja a lista divulgada pelo CNPq:

Instituição

SWG Aprovadas

1. Universidade de São Paulo

121

2. Universidade Federal do Rio Grande do Sul

34

3. Universidade Estadual de Maringá

33

4. Universidade Federal de Pernambuco

33

5. Universidade Federal de Lavras

31

6. Universidade Federal de Alagoas

28

7. Universidade Federal de Uberlândia

26

8. Universidade Federal de Minas Gerais

25

9. Universidade do Estado de Santa Catarina

24

10. Universidade do Estado de Minas Gerais

17