Inovação Tecnológica reúne pesquisadores no Fortec Nordeste
Encontro no Campus Maceió discutiu sustentabilidade dos Núcleos de Inovação Tecnológica e principais questões sobre propriedade intelectual
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Myllena Diniz – estudante de Jornalismo
De 17 a 19 de abril, a cidade de Belém - Pará, sedia o Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência Tecnológica (Fortec). Sob essa perspectiva, a Universidade Federal de Alagoas realizou, em parceria com a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), a 7ª Reunião Plenária do Fortec da Região Nordeste, no Campus A. C. Simões, em Maceió. O evento trouxe, de 26 a 30 de março, discussões sobre a sustentabilidade dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NIT), promoção de cursos e palestras que reconhecem a importância da propriedade intelectual e os mecanismos de proteção aos direitos autorais dos pesquisadores.
O evento ofereceu cursos e oficinas de redação de patentes, inclusive da área de biotecnologia, que alertaram os pesquisadores sobre as técnicas e os padrões exigidos nacionalmente para a elaboração do pedido de proteção. O encontro também disponibilizou para os gestores dos núcleos e para a comunidade em geral aulas sobre contratos de licenciamento e transferência de tecnologia e sobre comercialização de tecnologias com potencial de inovação.
O encontro
No Espaço Galileu, localizado no Laboratório de Computação Científica e Visualização (LCCV), aconteceu a abertura da reunião plenária, no último dia do evento. Participaram desse momento a coordenadora e a vice-coordenadora do Fortec-NE, Gilvanda Nunes e Silvia Uchôa, respectivamente; a presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa em Alagoas (Fapeal), Janesmar Cavalcanti; a pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação da Ufal, Simoni Meneghetti; o representante do Serviço de Suporte à Propriedade Intelectual do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Rafael Leite; o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de Alagoas, Eduardo Setton; e o professor Josealdo Tonholo, da Ufal, que avaliou o evento como uma contribuição ao empreendedorismo tecnológico existente no Nordeste.
Segundo Gilvanda Nunes, nos últimos anos a grande preocupação da coordenação regional do Fortec esteve relacionada aos recursos humanos e à capacitação dos profissionais que trabalham com as equipes e ressaltou os desafios posteriores. “Começamos a nos envolver com a importância de outros tipos de proteção intelectual e do conhecimento, que não são apenas as patentes. Assim, também nos voltamos para as indicações geográficas [fator decisivo para diferenciar produtos, quando a qualidade e a tradição estão localizadas no mesmo espaço], por ser uma forma de proteção do conhecimento que tem gerado o desenvolvimento das regiões. Nossa preocupação é com a organização dos Nit e com a sua comunicação”.
Já Silvia Uchôa destacou as parcerias com outras instituições, fundamentais para a consolidação do encontro. “A semana foi muito proveitosa. Tivemos quatro cursos, frutos da realização conjunta do Departamento de Apoio a Projetos de Inovação e Gestão de Serviços [Dapi] da UFMA e do NIT da Ufal. Destacamos o estímulo financeiro da Fapeal e do CNPq, e o apoio pessoal e logístico da Ufal. Pretendemos, assim, discutir as ações que iremos realizar para que os nossos NIT trabalhem com sustentabilidade. Para isso, também contamos com a participação de integrantes de núcleos de outras regiões”, salientou.
Na reunião plenária, ocorreu a conferência “Política do Instituto Nacional da Propriedade Industrial para capacitação de recursos humanos das Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs): Formação de multipicadores regionais”, do coordenador-geral da Academia da Propriedade Intelectual, Inovação e Desenvolvimento (Acad – INPI), Araken Lima. A palestra proporcionou discussões referentes à capacitação e à formação de recursos humanos na área da propriedade intelectual, assim como a participação do NIT no processo de conhecimento e difusão desse conteúdo. Além da apresentação da política do INPI e das mudanças aplicadas, Araken explanou a Lei de Inovação, em especial o artigo 16, que estabelece um conjunto de proteções que se referem à propriedade intelectual.
Incentivo à inovação
O secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, Eduardo Setton, apresentou os desafios da secretaria e enfatizou a importância da Ufal nesse processo. Vista como responsável por grande parte dos avanços em ciência e tecnologia em Alagoas, a universidade é reconhecida pelos constantes incentivos e provocações, para que o Estado esteja inserido no contexto desenvolvimentista.
Nesse cenário, destaca-se a atuação do Núcleo de Inovação Tecnológica da Ufal, que de acordo com a pró-reitora Simoni Meneghetti, é fator significativo para a atuação da gestão da universidade nos próximos anos. “Estamos em um momento em que devemos maximizar nossos recursos e nosso potencial intelectual, em nível nacional e mundial. A concepção do mapa estratégico da gestão da Ufal para os próximos quatro anos preocupa-se com as questões que envolvem o empreendedorismo e a inovação. Esses aspectos irão constituir os projetos que darão sustentabilidade à execução do nosso planejamento”, destacou a pró-reitora.