Programa Ufal em Defesa da Vida vai às ruas de Maceió

Programa recolhe informações de pessoas em situação de rua sobre conhecidos mortos violentamente


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Garotos relatam como pessoas de seu convívio tornaram-se vítimas fatais da violência
Garotos relatam como pessoas de seu convívio tornaram-se vítimas fatais da violência

Myllena Diniz – estudante de Jornalismo

Nos dias 13 e 15 de junho, a Universidade Federal de Alagoas realiza o 11º Ato do Programa Ufal em Defesa da Vida. Antes disso, a Pró-reitoria Estudantil (Proest) promove ações que buscam o resgate pelas histórias de vida e pela identidade de vítimas fatais da violência no Estado de Alagoas. Além do formulário presente no portal da instituição, as atividades envolvem articulações com profissionais que trabalham nas ruas de Maceió. A parceria permite que pessoas em situação de rua relatem o perfil de amigos ou familiares assassinados.

O elevado índice de mortes violentas em Alagoas atinge indivíduos de diferentes contextos sociais. Na última sexta-feira (20), com o auxílio do Consultório de Rua, o programa Ufal em Defesa da Vida iniciou ações que dão voz a jovens em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Como esses garotos não possuem acesso à internet, a iniciativa recolhe dados sobre conhecidos deles que foram vítimas fatais da violência. De acordo com a professora de Enfermagem da universidade e integrante do Consultório, Jorgina Sales,  a proposta é a inserção de pessoas com poucas oportunidades no projeto.

“Já que eles não têm acesso à internet e, devido a essa circunstância, dificilmente preencheriam o formulário presente no site da Ufal, nós levamos o projeto até eles. Vamos às ruas e coletamos os dados das pessoas do convívio deles que perderam a vida violentamente. Posteriormente, iremos colocar – ao lado deles – essas informações no portal da universidade”, salientou.

Segundo Sales, as pessoas atendidas pelo Consultório de Rua e ouvidas pelo programa estão motivadas e prometem participar das atividades referentes à campanha em protesto aos índices alarmantes da violência em Alagoas. “Eles querem contar as histórias de vida de amigos e familiares que perderam a vida e estão dispostos a homenageá-los no 11º Ato do programa Ufal em Defesa da Vida. Eles gostaram da ideia e da possibilidade de plantarem árvores com os nomes das pessoas queridas. Por isso, vamos continuar conversando com eles para colher mais histórias”, revelou.

Essas ações acontecem até a realização do 11º ato do programa Ufal em Defesa da vida, que neste ano traz o mote “A dor que os números não revelam”. O momento acontecerá nos três campi da instituição, com a criação dos Bosques em Defesa da Vida, onde serão plantadas 2 mil e 300 mudas de árvores em homenagem aos assassinados no Estado.