Projeto monta feira de produtos sem agrotóxico
As mulheres camponesas da cidade de Branquinha vão vender os produtos que integram o projeto Zumbido
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Levar alimentos saudáveis à casa do consumidor. Este é o objetivo da Feira Camponesa que será realizada na quarta-feira, 2 de maio, no Campus A.C. Simões, pelo Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) por meio do projeto de extensão “Zumbido”. O projeto desenvolvido na cidade de Branquinha, a cerca de 80 km de Maceió e coordenado pela arquiteta e urbanista da Ufal Cristina Gameleira, está colhendo os frutos da idéia de Economia Solidária.
As mulheres do assentamento Zumbi dos Palmares utilizam a proposta de partilha para fins humanitários e, nesta feira, vão vender os produtos livres de agrotóxicos que cultivam juntas.
A comercialização dos alimentos é a continuidade do projeto que tem como tema “A solidariedade como fundamento do desenvolvimento local sustentável”.
De acordo com a coordenadora, “trazer para o meio acadêmico o fruto do trabalho do MMC que visa relações de gênero no respeito mútuo e igualdade de direitos, bem como a produção e venda de alimentos saudáveis, representa uma síntese entre a prática de ensino, pesquisa e extensão ao apresentar um laboratório vivo da dura realidade da agricultura familiar que tenta sobreviver sem o canal aberto ao mercado”.
Os produtos ficarão à venda a partir das 7h30 em frente aBiiblioteca Central. Além de comidas típicas rurais como tapioca e beiju, as assentadas vão trazer hortaliças e alimentos cultivados e produzidos por elas utilizando produtos agroecológicos.
A proposta é realizar a Feira Camponesa trimestralmente, sendo uma nova edição no dia 1º de agosto. A Superintendência de Infraestrutura (Sinfra) e o Instituto Mundo Unido estão apoiando o projeto da feira.
Sobre o Zumbido
A ação extensionista começou ainda na década de 90, vindo a se transformar em projeto a partir de 2003 com o desenvolvimento de atividades junto a 40 pessoas do Assentamento Zumbi dos Palmares, localizado em Branquinha.
O passo inicial da pesquisa foi propor um debate entre a teoria do desenvolvimento sustentável e os princípios que norteiam a Economia de Comunhão. “O objetivo foi conduzir um novo conceito de desenvolvimento com solidariedade e extrair alternativas para superar os gritantes problemas de pobreza existentes no município que continua se sobressaindo com preocupantes Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) no Estado”, frisa a coordenadora Cristina Gameleira.
A realidade fez com que o projeto apresentasse alternativas, tendo como primeiro aspecto a formação humana dos agentes que conduzem o desenvolvimento no município, envolvendo, dessa forma, agroempresários e a comunidade. Os demais aspectos do projeto são humanizar a economia; criar postos de emprego; e formar a comunidade nos princípios de solidariedade.
O projeto Zumbido ainda tem perspectivas de crescer no segundo semestre de 2012 com a instalação de uma fábrica de doces e polpa de frutas utilizando a matéria prima do próprio assentamento.