Governo, Judiciário, Defensoria e Ufal buscam solução para volta às aulas

Instituições estão empenhadas para resolver problema da falta de segurança no Campus Arapiraca


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Reunião técnica realizada no Palácio do Governo
Reunião técnica realizada no Palácio do Governo

Simoneide Araújo – jornalista

A paralisação das atividades acadêmicas do Campus Arapiraca foi ponto de pauta na reunião realizada nesta quinta (10), no Palácio República dos Palmares. Governo do Estado, Poder Judiciário, Defensoria Pública e Universidade Federal de Alagoas estão empenhados para definir como será a transferência dos 192 reeducandos do Presídio Desembargador Luís de Oliveira Souza para Maceió e, dessa forma, garantir a volta às aulas para os 2.200 alunos.

Durante a reunião, foi discutida minuta de protocolo de compromisso, com definições de ações práticas e prazos sobre o que será feito para garantir a total transferência de presos e o retorno das atividades. À mesa de negociação estiveram a vice-reitora Rachel Rocha; o diretor-geral do Campus, Márcio Aurélio; o juiz-corregedor do Sistema Prisional de Alagoas, Antônio Dórea; o defensor público André Chalub; o subdefensor-geral do Estado, Daniel Alcoforado; os secretários estaduais de Articulação Política, Rogério Teófilo; do Gabinete do Governador, Herbert Motta; da Defesa Social, Dário Cesar; e o superintende de Administração Penitenciária, coronel Luna.

Também participaram a diretora acadêmica do Campus Arapiraca, Eliane Cavalcanti, o professor Cícero Adriano e o representante do Diretório Central dos Estudantes, Lucas de Barros. O governador Teotonio Vilela Filho e o reitor Eurico Lôbo não participaram por estarem em reuniões, em Brasília.

Para Rachel Rocha, há alguns impasses técnicos a serem resolvidos, mas há um empenho coletivo para resolver o problema. “Vamos firmar esse protocolo de compromisso visando à transferência dos reenducandos, mas temos de discutir como está a estrutura dos presídios de Maceió para receber a demanda de mais 192 pessoas, no mínimo. Temos impasses, mas temos muitas frentes abertas trabalhando ativamente”, declarou.

A vice-reitora ressalta que a posição da Ufal é de a comunidade acadêmica não ser penalizada pela falta de segurança. “Temos 14 cursos sem funcionar há 43 dias e toda a comunidade quer voltar a trabalhar e a estudar; não queremos perder o semestre letivo. No entanto, tenho certeza que vamos resolver o problema. O empenho do próprio governador, do reitor Eurico Lôbo e das instituições envolvidas é um fator muito importante”, alegou.

Cobranças

O corregedor Antônio Dórea cobra discussões práticas e definição de prazos para as ações necessárias para transferência dos reeducandos e construção do novo presídio. “Minha preocupação, também, é com a Ufal. Não se admite uma universidade parada por falta de segurança. Isso não pode permanecer; temos de encontrar saídas legais e urgentes”, cobrou.

O secretário Dário Cesar disse que ele e governador Teotonio Vilela estiveram, na quarta-feira (9), com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e ele assegurou que os recursos para construção do novo presídio estão garantidos. Sobre a situação da Ufal, ele foi taxativo: “Se não chegarmos a um consenso, vamos continuar sem resolver o problema. Cada um tem de ceder um pouco para podermos concretizar as ações necessárias para transferir os reeducandos e garantir a volta às aulas da universidade.”

Márcio Aurélio cobrou garantia de segurança para a comunidade acadêmica. “A motivação da Ufal para firmar esse protocolo é que os reeducandos não voltem ao presídio que será desativado. Nossa esperança é voltar as nossas atividades, mas só faremos isso se tivermos tranquilidade no ambiente do campus. Do jeito que está, uma bombinha inofensiva de festa junina, se estourada, vira tumulto sem igual. Todos estávamos vivendo em pânico”, desabafou.

Nesta sexta-feira, 11, pela manhã, haverá assembleia geral da comunidade acadêmica de Arapiraca, no Ginásio Ceci Cunha, naquela cidade. À tarde, no Palácio República dos Palmares, uma reunião técnica do governador com os secretários, o defensor público André Chalub e o corregedor Antônio Dórea.