Parceria garante equipamento moderno para monitorar desastres climatológicos

Manuella Soares - jornalista

O estado de Alagoas já sofreu bastante com as consequências da chuva,principalmente no ano de 2010, quando cidades inteiras foram arrasadas pela enchente e a população desolada, sem terra ou abrigo. Muitas pessoas perderam bens materiais e, o pior, a vida. Mas esse ano, a Universidade Federal de Alagoas pode conseguir um equipamento que vai ajudar no alerta aos riscos meteorológicos, fazendo um importante papel científico e social.

A relevância do Instituto de Ciências Atmosféricas(Icat) já é conhecida, no entanto, a partir do Acordo de Cooperação Técnico Científica, firmado pela Ufal e o Centro Nacional de Monitoramento de Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), em reunião na manhã de sexta-feira, 4, o instituto pode ser tornar referência mundial.

O reitor Eurico Lôbo recebeu o coordenador de operações do Cemaden, Carlos Frederico Angelis, e o coordenador do projeto Sirmal – Sistema de Radar Meteorológico de Alagoas, professor Ricardo Sarmento Tenório, para discutir a parceria que vai possibilitar a substituição do radar existente na universidade por outro ainda mais moderno, que permite maior precisão no monitoramento de chuvas.

“É um radar ‘estado de arte’, que significa dizer que o Sirmal vai ser um dos centros mais modernos do Brasil. Nós vamos melhorar o sistema para oferecer um produto de maior qualidade à sociedade”, comentou o professor Ricardo.

O acordo ainda será assinado, mas segundo o reitor Eurico Lôbo, a universidade tem todo o interesse em oferecer a estrutura necessária para a instalação do equipamento. “É importante ressaltar que Maceió é umas das duas únicas cidades escolhidas para receber o radar [em Fortaleza a parceria também foi firmada], e isso só vem reafirmar a competência que o Icat já provou ter em vários trabalhos realizados”.

O Cemaden ainda pretende viabilizar técnicos permanentes para agregar à equipe da Ufal, que entra em contrapartida, com o trabalho de ciência e pesquisa na área para contribuir com a minimização dos desastres meteorológicos. “A presidente Dilma Russef já afirmou a preocupação com toda a região litorânea do Brasil, que é onde morre o maior número de pessoas vítimas dessas tragédias. Com a instalação do radar, podemos diminuir os riscos”, ressaltou Carlos Frederico.

Sobre a parceria

O objetivo do acordo é unir esforços para desenvolver atividades e pesquisas na área de desastres naturais e seus deflagradores; monitorar estudos de eventos severos, tais como enchentes e estiagens, desertificação, colapso de produção, sustentabilidade ambiental, bem como a troca de informações agronômicas, geológicas, pedagógicas e registros históricos em tempo real de dados meteorológicos a partir das redes de observação.

O radar, que pesa cerca de 12 toneladas, vem da Alemanha em três contêineres e chegará ao Porto de Maceió no segundo semestre desse ano. O equipamento será instalado na torre do campus A. C. Simões e vai gerar imagens de satélite a cada dois minutos.

Isso permite maior precisão nos dados que identificam, por exemplo, a velocidade e o volume da chuva para saber a direção que está seguindo e em quanto tempo chegará à determinada região. Se for um caso que represente perigo à população, é possível alertar os órgãos competentes, como Defesa Civil e Corpo de Bombeiros, para providenciar a realocação dos moradores em tempo hábil, sem pôr a vida em risco.