Comunidade acadêmica de Arapiraca decide manter paralisação

Alunos, professores e técnicos do Campus Arapiraca se reuniram com a administração central da Ufal para avaliar propostas do governo sobre situação do presídio


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Reitor Eurico Lôbo conversa com a comunidade acadêmica
Reitor Eurico Lôbo conversa com a comunidade acadêmica

Manuella Soares - jornalista

Em debate público no Ginásio João Paulo II, em Arapiraca, na manhã desta quinta-feira, 28, a comunidade acadêmica do Campus Arapiraca decidiu retornar às atividades somente depois do Governo do Estado tomar medidas concretas em relação à desativação do Presídio Desembargador Luiz de Oliveira Souza. O reitor Eurico Lôbo, a vice-reitora Rachel Rocha, o procurador federal Paulo César e membros da administração central estiveram presentes na assembleia para ouvir professores, técnicos e alunos a fim de discutir as propostas do Executivo para melhorar a segurança na universidade.

“Nós viemos ouvir a comunidade e, não, determinar nada como decreto. Essa é uma luta de muitas frentes. Não estamos de braços cruzados, não estamos de lados opostos, estamos do mesmo lado”, ressaltou a vice-reitora Rachel Rocha.

O objetivo do encontro foi discutir as propostas do governo apresentadas na reunião da última segunda-feira (25), com a participação de representantes do Tribunal de Justiça de Alagoas. De acordo com o documento, as obras do novo presídio em Craíbas serão iniciadas em 30 dias e, todos os presos transferidos em até sete meses, assim que forem concluídas.

No termo de compromisso que será firmado pelo Executivo e a Ufal, com a chancela do Judiciário e do Legislativo, constaria também a doação do prédio à universidade e as datas de início e conclusão das obras.

O governador Teotonio Vilela Filho prometeu ainda instalar mais uma cerca navalhada e câmeras de monitoramento para fortalecer a segurança no Presídio Desembargador Luiz de Oliveira Souza. Mas em acordo firmado na assembleia, assim que esses paliativos forem concretizados, haverá uma nova discussão para avaliar a viabilidade de retorno.

Outras propostas foram levantadas, como a alocação dos 16 cursos, provisoriamente, em escolas e prédios públicos que possam ceder o espaço. E paralelamente a isso, o reitor propôs adotar uma medida para acompanhar o cumprimento das ações governamentais. “Podemos criar uma comissão que vai fiscalizar cada passo do processo para assegurar que não haja quebra de compromisso por parte do governo em relação à construção do novo presídio”, disse o reitor.

Além disso, será levado para conhecimento do governador em reunião marcada para segunda-feira, 9 de julho, que a comunidade acadêmica não abre mão da desativação do presídio ao lado do Campus Arapiraca. No debate público, professores e alunos relembraram os momentos de tensão que viveram durante as últimas fugas e reforçaram o sentimento de insegurança que ainda permanece.

“Nós só podemos voltar às aulas com segurança, porque esse é o principal objetivo da nossa mobilização”, disse o representante dos discentes, Laudemmy Layon. “Estamos cansados de promessas, queremos ainda mais empenho de todos para ir às ruas com a gente, porque temos que preservar pela vida de cada um dentro do campus”, ressaltou o professor Cícero Adriano Vieira.