Estudantes aprendem Química a partir do Teatro

TCC mostra utilização de técnicas cênicas como ferramenta para despertar o interesse em Ciências Naturais


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Alunos do quinto e sexto anos do Ensino Fundamental assistem palhaços e mágicos em experimentos
Alunos do quinto e sexto anos do Ensino Fundamental assistem palhaços e mágicos em experimentos

Jhonathan Pino - jornalista

Antes mesmo de entrar no Ensino Médio, grande parte dos estudantes carregam impressões negativas sobre algumas disciplinas consideradas tabus, tais como a Química e Física. Em levantamento bibliográfico realizado pela aluna do curso de Química Licenciatura, do Campus Arapiraca, Thaissa Lúcio observou que isso ocorre principalmente pela má formação de professores e da falta associação de conteúdos trabalhados no ensino ciências naturais com o cotidiano das crianças.

Pensando em superar algumas dessas dificuldades, Thaissa Lúcio, sob orientação da professora Laura Cristiane de Souza, propôs em seu de Trabalho de Conclusão de Curso, abordar o Teatro como mediador na Educação Química para os alunos do Ensino Fundamental. “O objetivo era despertar o interesse dos alunos do ensino fundamental pelas ciências, especialmente a Química, por meio do teatro”, relata Thaissa, que agora é mestranda em Química pela Universidade Federal de Alagoas.

Para isso, Thaissa desenvolveu a experiência em conjunto com outros integrantes do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) de Química. Eles elaboraram uma peça teatral infantil intitulada “O mundo encantado da Quimicolândia, que foi apresentada na Escola Municipal João Batista Pereira da Silva, na cidade de Arapiraca, no dia 14 de maio deste ano.

A peça reuniu personagens com nomes que remetiam a conceitos da disciplina e trazia diversas reações químicas inseridas em seu roteiro. Ela foi apresentada especificamente para alunos das quintos e sextos anos, que depois foram convidados a responder a questionários de avaliação, com o intuito de ser verificado o que foi apreendido. “Apesar de eles não entenderem o conceito, a gente percebeu que foi despertado o interesse dos alunos pela disciplina”, relata a mestranda.

Esse interesse deve-se ao uso de materiais presentes no cotidiano dos estudantes para a elaboração dos experimentos, com grande apelo visual, como a formação de gases e mudança de coloração.

O trabalho foi fundamentado em diversos estudos, os quais mostram que as crianças podem aprender ciências naturais já a partir dos cinco anos. Para Thaissa, os resultados foram positivos, pois essas atividades garantem uma formação científica qualificada e prepara melhor os alunos para etapas posteriores. “Conseguimos desenvolver uma visão positiva da Química, utilizando a criação e a imaginação das crianças. Além disso, estimulamos a observação, análise e compreensão da natureza pelos alunos”.