Aulas na Ufal retornam nesta terça, 18
Campus Arapiraca decide, em assembleia, na próxima quinta-feira pelo retorno às atividades. Com o retorno às aulas, o período 2012.1 deve ser concluído até final de outubro e em novembro deve iniciar o segundo período de 2012
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Simoneide Araújo - jornalista
As aulas na Universidade Federal de Alagoas serão retomadas nesta terça-feira, 18. A exceção é na sede do Campus Arapiraca, porque a comunidade acadêmica decidirá pelo retorno às atividades na próxima quinta, 20. O anúncio foi feito ao final da reunião realizada hoje (17), no gabinete do reitor Eurico Lôbo, com representantes da Associação dos Docentes da Ufal (Adufal), da direção, professores, alunos e técnicos da unidade do Agreste, pró-reitores e diretores das unidades acadêmicas.
No término da reunião, a Adufal comunicou a volta às aulas e se comprometeu a entregar documento, comunicando oficialmente ao reitor do retorno às atividades. Com essa definição, a Pró-reitoria de Graduação vai elaborar o novo calendário acadêmico, que será submetido ao Conselho Universitário. Mas desde já o reitor afirma que nenhum aluno será prejudicado, porque as aulas retornam do ponto que pararam. “Nosso calendário será modificado, mas vamos cumprir toda nossa carga horária de aula”, afirmou.
Deliberação atendida
A volta às aulas estava condicionada à essa reunião com o reitor e à apresentação de ações concretas para resolver o problema da falta de segurança no Campus Arapiraca. Isso foi deliberado na assembleia dos professores, realizada na última quarta (12). Em atendimento a essa deliberação, durante mais de quatro horas, nesta segunda-feira, o reitor conduziu os debates e apresentou todas as ações concretas realizadas para se resolver a situação de Arapiraca.
Entre essas ações, e talvez a mais importante, foi a assinatura de termo de compromisso, na última sexta (14), firmado pelo governador Teotonio Vilela Filho e pelo reitor Eurico Lôbo, com chancela do representante do Ministério Público Estadual, procurador-geral de Justiça Eduardo Tavares; do deputado estadual Judson Cabral, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, do secretário de estado da Defesa Social, Dário César Barros Cavalcante; e do presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Sebastião Costa Filho.
O reitor também comunicou que um dos pontos do termo de compromisso já foi atendido. A vigilância ostensiva, com a presença de viatura policial, está no entorno do Presídio Desembargador Luís de Oliveira Sousa. A equipe de reforço foi colocada desde às 7h30 da manhã desta segunda-feira (17). A informação foi confirmada pelo diretor-geral do Campus Arapiraca, Márcio Aurélio.
Compromisso reafirmado
O deputado Judson Cabral, também participou da reunião e reforçou sua obrigação, enquanto parlamentar, de fiscalizar e cobrar que as ações postas no termo sejam cumpridas. Suas ponderações foram feitas a partir do descrédito da comunidade de Arapiraca em relação ao compromisso do governo estadual. “Temos de avançar e dar crédito às autoridades e aos órgãos que chancelaram o documento. Não posso, nesse momento, querer condições ideais para tudo, num estado de miserabilidade como o nosso. Esse termo pode não ser o ideal, mas o possível de ser efetivado. Temos de ser mais tolerantes”, ponderou.
O deputado também ressaltou que, para se resolver o problema do Campus Arapiraca, o diálogo tem de ser restabelecido. “O diálogo se estabelece quando há ponderações de todos os lados. Minha posição é de contribuir com o processo e não de decisão”, completou.
Momento histórico
O reitor Eurico Lôbo ressaltou o compromisso da gestão em buscar solução para o Campus Arapiraca, mas lembrou que isso vem sendo construído há meses e a resolução do problema não acontece de um dia para o outro. “Reafirmo que não estamos em posição de confronto. Pelo contrário, sempre estivemos, junto com a direção de Arapiraca, buscando soluções. Não serei eu, reitor, que decidirei por resolução nem por decreto, como foi citado na reunião, a volta às aulas em Arapiraca”, esclareceu.
Nessa mesma linha, o pró-reitor Estudantil, Pedro Nelson, encaminhou a sugestão que a comunidade faça assembleia para decidir o retorno às atividades. “Apostamos que as coisas vão se reestabelecer. Faço aqui uma reflexão e não uma deliberação, porque a comunidade de Arapiraca é que deve discutir, analisar o documento e as ações apresentados pelo reitor. A comunidade decidiu parar as atividades há 166 dias e é ela quem deve definir o retorno”, defendeu.
A vice-reitora Rachel Rocha pediu à comunidade de Arapiraca ponderação e respeito ao trabalho feito por todos, gestão da Ufal e representantes da unidade do Agreste, na busca de resolver a situação da falta de segurança. “É um esforço conjunto e tudo deve ser considerado com a importância que representam essas ações postas”, completou.
Por fim o reitor falou do momento histórico vivido pela universidade, quando todos se propõem a discutir o problema do Campus Arapiraca. “A Ufal é uma só e assim nós consideramos e agimos, analisando as especificidades de cada unidade. Defendi e continuarei defendendo esse projeto porque acredito na importância da interiorização da universidade. Só com educação conseguiremos melhorar os índices sociais do nosso Estado”.