Ufal apoia plano nacional de enfrentamento à violência

Plano Juventude Viva será implantado em Alagoas e vai contar com o apoio institucional da universidade por meio de ações afirmativas


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Reunião na Ufal debate o Plano Juventude Viva
Reunião na Ufal debate o Plano Juventude Viva

Manuella Soares - jornalista

A busca por apoio no combate à violência. Esse foi o objetivo da visita da secretária de Políticas de Ações Afirmativas (Sepi – Presidência da República), Ângela Nascimento, na última quinta-feira, 6, no gabinete da vice-reitora da Universidade Federal de Alagoas, Rachel Rocha.

O projeto pretende fortalecer o programa Brasil Mais Seguro – Alagoas, implementado no Estado como piloto para uma política nacional de segurança pública. A vice-reitora foi apresentada ao plano que vai contar com ações nas áreas de educação, saúde e igualdade racial, envolvendo várias secretarias estaduais e ministérios, como os de Educação, Cultura e Justiça.

A secretária Ângela Nascimento pediu o apoio da universidade nesse projeto voltado para jovens negros entre 15 e 29 anos. “A gente espera contar com a colaboração importante da Ufal para apoiar o plano de enfrentamento contra a juventude negra na área de transformação e reversão da cultura. Queremos participar dos núcleos e pedir a mobilização dos alunos cotistas para promover uma aproximação da realidade”, ressaltou.

Após a apresentação do projeto que destacou altos índices de violência contra jovens negros em Alagoas, a vice-reitora Rachel Rocha se mostrou sensível à causa, que já é objeto de preocupação e políticas afirmativas realizadas pela Ufal. “Nosso interesse é total. Vamos amadurecer as ideias junto com a Pró-reitoria Estudantil, por meio do programa Ufal em Defesa da Vida, a Pró-reitoria de Extensão, o Nevial e o Neab, visando a essa preocupação de reduzir a violência que tem índices alarmantes em Alagoas”, destacou Rachel.

De acordo com dados apontados no escopo do projeto, Alagoas é o Estado onde mais se mata jovens negros no Brasil. Em 2010, das 2.286 vítimas da violência, 81% eram negras. A maioria, do sexo masculino, com idade entre 15 e 29 anos.

“Acho que a realidade nos convoca a uma intervenção que possa reverter esses índices. Nosso compromisso ético e institucional nos faz ter o desejo de oferecer nosso capital intelectual para essa ação envolvendo os estudantes da Ufal. O programa Ufal em Defesa da Vida pode ser um campo de mediação”, contextualizou a professora Ruth Vasconcelos.

Juventude Viva

O plano de enfrentamento à violência é voltado para jovens negros entre 15 e 29 anos, e tem como objetivo reduzir a vulnerabilidade e desconstruir a cultura de violência em torno deles e prevenir a ocorrência de homicídios. As ações estão divididas em quatro eixos: desconstrução da cultura de violência; inclusão, emancipação e garantia de direitos; transformação dos territórios de vulnerabilidade social; e aperfeiçoamento institucional para combater o racismo.

A Secretaria de Política de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República fará o lançamento oficial do plano-piloto Juventude Viva, em Alagoas, no dia 27 de setembro.