Gestão orienta que concurso para docente exija titulação de doutor
Coordenadores de programas de pós-graduação acatam proposta e consideram medida essencial para Ufal e Estado de Alagoas
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Simoneide Araújo – jornalista
A Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (Propep) da Universidade Federal de Alagoas retomou as reuniões com coordenadores dos programas de pós-graduação da instituição. Um dos pontos discutidos na última segunda-feira (29) foi o lançamento de edital para concurso de docente com exigência de titulação de doutorado, uma orientação da gestão da Ufal.
A pró-reitora Simoni Meneghetti e a equipe da Coordenação de Pós-graduação esclareceram dúvidas sobre os portais da Ufal e as páginas dos programas, editais de seleção, legislação, entre outros assuntos. “A orientação da gestão é no sentido de que em todas as contratações de docentes seja exigida a titulação de doutor. Com isso, pretendemos possibilitar que os futuros contratados possam atuar nos programas de pós existentes ou fomentar a criação de novos”, relatou, acrescentando que as contratações de professores já com título de doutor vão representar um impacto positivo para os programas de pós-graduação.
Segundo Simoni Meneghetti, a orientação da gestão superior no novo edital foi bem recebida pelos coordenadores. “Quando anunciamos que esse requisito constará no novo edital de seleção de docentes, a repercussão foi extremamente positiva entre os participantes da reunião”, revelou.
Medida importante
A coordenadora do programa de pós-graduação em Ciências Farmacêuticas, Êurica Adélia Nogueira Ribeiro, considera a exigência da titulação de doutor importante não só para o desenvolvimento de pesquisa como para graduação. “A pós-graduação vem complementar a graduação pela capacitação dos docentes. Temos muito mais a oferecer em termos de capacitação e qualificação. Além disso, a pós-graduação atrai recursos, por meio de editais de instituições de fomento à pesquisa, amplia a criação de laboratório e aquisição de equipamentos, e tudo isso vai servir também para a graduação”, declarou.
Êurica Ribeiro defende que o edital como foi apresentado deve ser a regra e não a exceção. “É muito positivo que sejam abertas vagas só para doutores. Isso vai fortalecer os programas de pós-graduação, o que para Alagoas é essencial, porque representa desenvolvimento científico e tecnológico para o Estado”, acrescentou.
A coordenadora lembra que quando chegou à Ufal, seu sonho era fazer pesquisa, mas o cenário à época não era favorável, não havia condições de oferecer um curso de pós. “Mas a partir de 2008, com a contratação de doutores, conseguimos aprovar nosso programa de pós-graduação”, disse.
Êurica conclui: “Dentro da Ufal há muitas áreas de pesquisa e os profissionais não precisam mais procurar outros centro do Sul e Sudeste para se qualificarem. E essa exigência do novo edital de concurso vai contribuir para que a Ufal se credencie para ser um centro de excelência em ciência e tecnologia”.
Fortalecimento da pós
O diretor da Escola de Enfermagem e Farmácia (Esenfar), João Xavier, também defendeu a orientação do edital, que prevê a exigência de titulação de doutor para seleção de docentes. Ele também destacou que a entrada de concursados já com título de doutor vai fortalecer os programas de pós, promover mais pesquisas e incentivar os alunos para ingressar no Pibic (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica.
Xavier lembrou que todos os docentes do curso de Farmácia foram alunos do Pibic e também citou uma fala do professor da Universidade Fedral Rural de Pernambuco, Emídio Cantídio, representante da Capes: “Uma graduação fraca jamais facilitará a criação de pós-graduação, mas um programa de pós contribuirá e muito para o fortalecimento da graduação”. Emídio Cantídio esteve na Ufal no último dia 24 de outubro, quando da comemoração dos 20 anos do Programa de Pós-graduação do Instituto de Química e Biotecnologia.