Livro ajuda a popularizar a Arqueologia e a Paleontologia em Alagoas
Primeiro livro dedicado a essas ciências em Alagoas foi lançado junto a Exposição Itinerante do Museu de História Natural
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Ascom MHN
Um mastodonte com enormes presas caminhando nas planícies do sertão de Alagoas, uma preguiça de seis metros de comprimento alimentando-se de arbustos em Maravilha. Parece invenção de um cordelista muito criativo, mas esses animais realmente existiram por aqui. Pinturas rupestres, artefatos de caça dos "homens das cavernas", coisas que na sala de aula podem parecer muito distantes, são encontrados em vários municípios do Estado. Esse surpreendente universo da pré-história alagoana é o tema do livro “Patrimônio Arqueológico e Paleontológico de Alagoas”, lançado setembro, na sede da Superintendência Estadual do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em Maceió.
Dedicada à preservação da cultura local e dos vestígios humanos num passado remoto, a Casa do Patrimônio de Maceió abriu espaço para a exposição de fósseis de mamíferos pré-históricos do Museu de História Natural da Universidade Federal de Alagoas (MHN/Ufal). Durante o evento, um panorama geral da Arqueologia e da Paleontologia no território alagoano foi apresentado nas palestras dos autores Luana Teixeira e Henrique Alexandre Pozzi, do Iphan, e Jorge Luiz Lopes da Silva, do Setor de Paleontologia do Museu de História Natural.
O livro
A publicação introduz o leitor no assunto, explicando a diferença entre a Arqueologia, que estuda o passado da humanidade, e a Paleontologia, que estuda os ambientes pré-históricos e sua diversidade biológica. Além de dissertar sobre os tempos de Alagoas, a obra demonstra a distribuição geográfica dos achados em seu território, com mapas e tabelas. O livro ainda inclui os principais textos jurídicos ligados à preservação desse tipo de patrimônio e um guia para quem deseja enveredar por essas áreas de estudo.
Para a diretora de Política de Desenvolvimento Tecnológico da Secretaria de Estado da Ciência, da Tecnologia e da Inovação, Lenilda Austrilino, o diferencial da obra é a acessibilidade do conteúdo para o público leigo. "Simples, mas significativo. Conteúdo muito bem elaborado, linguagem super acessível. Ele é voltado para a sociedade, qualquer pessoa pode entender o que está escrito", comenta. A editoração também foi bastante comemorada: "muito bem editado, capa belíssima, ilustrações impecáveis, informações em mapas e gráficos bem claros", concluiu a diretora.
O livro teve distribuição gratuita no lançamento, com autógrafo dos autores. Agora a distribuição será feita nas escolas da rede pública estadual. A publicação foi viabilizada pelo esforço conjunto de técnicos da Superintendência do Iphan em Alagoas, alunos do Programa de Especialização em Patrimônio do Iphan e professores do Museu de História Natural da Universidade Federal de Alagoas.
Exposição itinerante
Durante o lançamento no Iphan, os visitantes tiveram a oportunidade de ver de perto os fósseis coletados pela equipe de Paleontologia e Geologia do Museu de História Natural. Um úmero de 84 cm de extensão estava em exposição, assim como uma grande costela e uma unha com mais de 20 cm, todos partes da preguiça gigante que habitou Alagoas no pleistoceno (período geológico que data aproximadamente entre 2 milhões e 11 mil anos). Partes de outras espécies de animais também foram expostos, atraindo a atenção de um público maior do que o esperado.