Secretário de Ciência e Tecnologia defende parcerias entre Universidade e empresas

Eduardo Setton participou do seminário em comemoração aos 20 anos de Pós-graduação do IQB


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Eduardo Setton relatou os avanços tecnológicos no Estado
Eduardo Setton relatou os avanços tecnológicos no Estado

Lenilda Luna - jornalista

Durante a conferência que ministrou na programação comemorativa dos 20 anos de pós-graduação no Instituto de Química e Biotecnologia, durante a tarde desta quarta-feira, 24, o secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Eduardo Setton, relembrou sua caminhada na Universidade Federal de Alagoas, desde a formação acadêmica até o período em que dirigiu o Laboratório de Computação Científica e Visualização (LCCV), criado em 2006, fruto de mais de 15 anos de trabalho do Grupo de Pesquisa em Mecânica Computacional.

Estas pesquisas credenciaram a universidade a integrar a rede Galileu, criada pela Petrobrás para desenvolver projetos em parceria para a construção de soluções dos problemas de engenharia com utilização de matemática de alto nível e computação de alto desempenho, antecipando situações enfrentadas na extração de petróleo na profundidade do pré-sal.

Este foi um dos exemplos utilizados pelo secretário para ressaltar a importância da parceria entre a universidade, a iniciativa privada e o Governo para o desenvolvimento tecnológico do Estado. "Eu tenho uma história na universidade e agora estou assumindo funções no Estado, mas acredito que a minha principal tarefa é criar pontes, não aquelas para as quais fui treinado na minha formação como Engenheiro Civil, mas das pontes que aproximam sociedade, governo, universidade e iniciativa privada para projetos conjuntos", disse Setton.

Um outro exemplo produtivo colocado por Setton foi a  Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro (Ridesa), que de início foi avaliada com certa resistência pela academia, por se tratar de conhecimento produzido na universidade para a principal atividade econômica do Estado, a agroindústria sucroalcooleira. "No começo, havia o preconceito de não trabalhar para os usineiros, mas, com o desenvolvimento das pesquisas, a Ridesa desenvolveu dezenas de variedades de cana-de-açúcar, mais de 250 teses de doutorado e muitas patentes, representando conquistas para o mercado e para a comunidade científica", ressaltou.

Parcerias Institucionais

As colocações do secretário de Ciência e Tecnologia encontraram apoio entre os representantes da comunidade acadêmica presentes ao evento. O professor Emídio Cantídio de Oliveira Filho, professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco, que foi diretor da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), destacou que a relação entre a universidade e as empresas já foi mais difícil. "Há quinze anos, os cientistas eram mais resistentes em realizar pesquisas em parceria com empresas ou com o próprio Governo", relatou Emídio.

Josealdo Tonholo, professor do IQB com experiência na área de Gestão em Ciência, Tecnologia e Inovação, destacou que essa relação entre academia e mundo empresarial em busca de desenvolvimento tecnológico tem que ser feita dentro de uma base legal e institucional. "Feita desta forma, as pesquisas são produtivas para a consolidação do parque tecnológico do Estado e também para a produção de conhecimento e de propriedade intelectual que torna a universidade uma referência positiva também no aspecto científico", disse Tonholo.

O reitor Eurico Lôbo destacou que essas parcerias são importante para o desenvolvimento tecnológico. "A universidade sozinha, apenas contando com o orçamento, não teria condições de bancar todos os projetos. Devemos nos concentrar nas ações estruturantes que vão beneficiar todos os grupos de pesquisa, mas é necessário que cada grupo estabeleça parcerias", ressaltou.

Futuro e Homenagem

Durante a palestra sobre o futuro científico e tecnológico de Alagoas, o secretário Eduardo Setton destacou vários avanços e informou sobre projetos importantes, com investimento do Governo Estadual. "Estamos criando uma Fundação Parque Tecnológico para permitir a negociação de financiamentos para a implantação de parques tecnológicos na área da Informação, Comunicação e Serviços, na área agroalimentar e no setor de Plásticos e Materiais", destacou o secretário.

Por fim, o secretário aproveitou a ocasião para fazer uma homenagem à professora Marília Oliveira Fonseca de Goulart, do corpo docente do Programa de Pós-graduação do instituto de Química e Biotecnologia. A professora agradeceu a homenagem e estendeu à todos os que compõem o IQB.