Reitor discute expansão e projetos de infraestrutura com Adufal

Reunião levanta questões sobre expansão e ações de Tecnologia da Informação nos campi da universidade


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Eurico Lôbo em reunião com representantes da Adufal, da Sinfra e de unidades acadêmicas do interior
Eurico Lôbo em reunião com representantes da Adufal, da Sinfra e de unidades acadêmicas do interior

Myllena Diniz – estudante de Jornalismo

Representantes da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas (Adufal) e de unidades acadêmicas da instituição no interior alagoano estiveram reunidos com o reitor Eurico Lôbo para discutir o andamento de projetos de infraestrutura na sede do Campus Arapiraca e na unidade de Viçosa. Na reunião, realizada na sexta-feira (9), em Maceió, também foram apresentadas ações de Tecnologia da Informação (TI) desenvolvidas em diferentes instalações da Ufal, bem como a situação geral das obras planejadas neste ano.

O encontro possibilitou a análise de reivindicações locais relacionadas à infraestrutura nos campi da Ufal situados no interior do Estado de Alagoas. O diálogo entre os docentes e a gestão da universidade ampliou a preocupação com a elaboração de obras de qualidade e com aperfeiçoamento dos mecanismos de fiscalização das atividades na área. Para o professor Cícero Albuquerque, da unidade de Palmeira dos índios, tais ações podem potencializar os benefícios do processo de interiorização.

“Eu sou um entusiasta do processo de interiorização da universidade, que é uma tarefa de todos nós que fazemos parte da instituição, pois representa a democratização da educação. No entanto, isso implica alguns obstáculos e o nosso papel é trazer essa demanda, além de buscar melhorias. Nesse sentido, eu reconheço que temos avançado, mas ainda sofremos com problemas como o calendário de obras em Palmeira dos Índios, que não está em andamento”, ressaltou Cícero Albuquerque.

Novo olhar

Apesar dos desafios, a expansão da universidade para o Agreste e para o Sertão do Estado de Alagoas aparece em novo contexto. Segundo o coordenador da unidade de Viçosa, Diogo Câmara, agora é o momento de pensar nos próximos passos da instituição no interior, com a finalidade de ampliar a qualidade de ensino na região. “Nosso desafio é o futuro. Não temos mais o que ‘guerrear’, porque já tivemos muitas conquistas, como o Hospital Veterinário que está em construção. Agora, devemos pensar em como estabelecer, de fato, uma unidade com estrutura de universidade”, destacou.

Diogo Câmara também destacou avanços significativos, frutos de ações desenvolvidas pela própria universidade, e que precisam do apoio de órgãos governamentais. “Atualmente, temos uma dependência menor em termos de transporte e vemos vários laboratórios em construção. O trabalho do NTI [Núcleo de Tecnologia da Informação] tanto na parte de computação como na de telefonia também foi muito bom e facilitou bastante nosso trabalho. Também destacamos que a universidade fez um ótimo trabalho de acesso à unidade de Viçosa, mas, infelizmente, a prefeitura não deu continuidade ao processo”, salientou.

Fiscalização de obras

A dificuldade em encontrar equilíbrio entre agilidade e qualidade de obras foi um dos pontos discutidos durante a reunião. Sob essa perspectiva, melhorias no método de fiscalização durante e após a construção de instalações da universidade foram apresentadas como alternativas para minimizar os entraves burocráticos das construções.

Para o vice-presidente da Adufal, Márcio Barbosa, a avaliação deve acontecer durante todo o processo de construção. “Nós poderíamos melhorar o processo de fiscalização, não só para verificar se a obra já está pronta, mas para avaliar a qualidade da execução. Nosso programa de estágio também é interessante para essas ações”, avaliou.

Segundo o reitor da Ufal, Eurico Lôbo, as novas obras realizadas na instituição também têm sido analisadas por docentes e alunos que serão beneficiados com as instalações. “Agora, tudo que é feito, em termos de obras, é avaliado por alunos e professores. Desse modo, eles entram nas áreas construídas para aprovar o que foi feito – de questões hidráulicas a tecnológicas. A Sinfra [Superintendência de Infraestrutura] já prevê comissão de fiscalização, que também poderá envolver alunos de Engenharia, Arquitetura, Administração e Economia, para que eles possam participar das ações”, revelou.

Ações de TI

A integração dos sistemas de tecnológicos da Ufal também esteve entre os destaques do encontro, já que tem garantido importantes avanços para a universidade. De acordo com o diretor do Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI), Rodrigo Paes, entre os resultados estão as melhorias no sistema acadêmico; a implantação do Moodle (2.0), ferramenta necessária para o Ensino a Distância (EaD); o sistema de acompanhamento de processos on-line; a nova política de e-mail; e a implantação de Wi-Fi em algumas unidades acadêmicas.

Investimentos e obras concluídas

Durante a reunião, o pró-reitor de Gestão Institucional, Valmir Pedrosa, destacou a necessidade da implantação de obras estruturantes para os próximos anos. Como exemplo, Valmir citou o projeto de subestação de energia elétrica da instituição, no qual serão investidos R$ 6,5 milhões do Ministério da Educação (MEC). O investimento visa à independência energética da instituição durante os próximos dez anos.

O pró-reitor também apresentou a situação das obras na universidade durante o ano de 2012. Segundo ele, já estão concluídos os novos prédios da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (Feac), do Instituto de Computação (IC), da Faculdade de Letras (Fale) e do bloco administrativo da Faculdade de Medicina (Famed). Além disso, também está finalizada a pavimentação da Unidade de Viçosa.

Frutos da expansão

A busca por melhorias na infraestrutura da Ufal na capital ou no interior de Alagoas oportuniza jovens e adultos por meio da educação. No Sertão e no Agreste do Estado, a presença da instituição tem sido fundamental para a propagação do conhecimento. De acordo com a diretora cultural da Adufal, Maria Aparecida de Oliveira, o contato com acadêmicos do interior alagoano revelam o significado do processo de expansão da universidade.

“As cidades que participam desse processo de expansão mostraram transformações significativas. Procurei escutar a voz dos estudantes, que me apontaram as dificuldades do processo de interiorização e, por outro lado, destacaram a importância da universidade na região. Recentemente, fiquei impressionada com o nível dos trabalhos acadêmicos desenvolvidos por alunos do interior e alguns deles disseram que jamais participariam dessas atividades sem a presença da Ufal em sua cidade”, destacou Maria Aparecida.

Para a secretária-geral da Adufal, Alba Correia, aprofundar as discussões sobre a interiorização da universidade é necessário para que a sociedade seja contemplada, permanentemente, com educação de qualidade. ”Essa é a universidade sustentável que queremos fazer. Esses esforços servem para dar assistência à população que não possui condições de entrar no ensino superior. Inclusive, o que notamos é que o beneficiário está sentindo que, apesar das dificuldades, a instituição tem conquistado avanços. A expansão é uma realidade que precisa ser cuidada”, refletiu.

Para Eurico Lôbo, os reflexos são ainda mais positivos com base nas estatísticas. “Em Palmeira dos Índios, 75% dos alunos que ingressam na universidade são oriundos de escolas públicas. Isso traduz o acerto que foi expandir para o interior. Em Arapiraca, já houve formatura do curso de Enfermagem em que 85% dos alunos eram do interior. Hoje, esse pessoal está em busca de novos rumos, como especialização, mestrado, concurso público e tantos outros”, salientou.