Fórum discute qualidade do ensino superior
Questões como motivação dos docentes, compromisso dos alunos e evasão nos cursos de graduação estão em debate
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Manuella Soares - jornalista
A qualidade do ensino superior é uma preocupação atual no Brasil e está em foco no Encontro Regional do Fórum Brasileiro de Pró-reitores de Graduação, o Forgrad Nordeste 2012, que está sendo realizado em Maceió e tem que como anfitriã a Universidade Federal de Alagoas. O evento, aberto no último domingo (16), no Hotel Ponta Verde, estende-se até a próxima terça-feira, 18, com discussões e troca de experiências com outras instituições.
Na abertura do último Forgrad do ano, o professor da UFPE, Mozart Neves Ramos, membro do Conselho Nacional de Educação, iniciou o debate sobre as tendências e os desafios do ensino superior no contexto do Plano Nacional de Ensino, aprovado desde 1999. O reitor da Ufal, Eurico Lôbo, também prestigiou a solenidade, aberta com a apresentação cultural do coro da universidade, o Corufal.
O pró-reitor de Graduação da Ufal e presidente do Forgrad Nordeste, Amauri Barros, comentou sobre o tema central do debate. “A qualidade do ensino superior é o grande sonho de todos, em especial os educadores, assim como também são importantes o crescimento e a democratização do acesso. Vivemos um momento diferente, onde nós praticamente duplicamos as vagas, mas não podemos perder o foco de fazer tudo isso com qualidade, então, precisamos passar, obrigatoriamente, por formação de docentes, infraestrutura e qualificação permanente”.
Professores qualificados
O segundo dia de evento concentrou a atenção no tema “Formação para a docência no Ensino Superior”, numa mesa composta pelo convidado da abertura, e pelas professoras Sandramara Matias Chaves, da Universidade Federal de Goiás; e Maria das Graças Marinho, diretora do Centro de Educação (Cedu/Ufal); além da mediadora Ana Maria Cabral dos Santos, da Universidade Federal de Pernambuco. Os expositores declararam suas opiniões a respeito das dificuldades da formação de professores qualificados e comprometidos com o ensino em sala de aula nos cursos de graduação.
“Temos um quadro de novos professores, jovens, sem experiência de docência, então são novos desafios”, declarou a professora Sandramara, relatando o empenho da UFG em capacitar essas pessoas responsáveis pela educação dos jovens. “Os professores já são informados, na posse, sobre o nosso programa de capacitação. Eles têm que concluir o curso de 64 horas até o término do estágio probatório”, contou.
As discussões continuaram em torno da motivação dos docentes e dos alunos; as dificuldades no processo ensino-aprendizagem, apontado como fator fundamental para evitar a evasão; assim como o reconhecimento e o crescimento profissional. “O Brasil tem um déficit de 250 mil professores. As questões salariais não são nada se não houver uma boa perspectiva de carreira e formação continuada”, destacou o professor Mozart.
Outros debates
Vários outros temas serão objeto de debate nas mesas-redondas do Forgrad, entre eles: “Novos Percursos Curriculares no Ensino Superior”, “Políticas de Ações Afirmativas” e “Evasão/Retenção”. Este último, com o objetivo de compartilhar as ações inovadoras implantadas nas universidades para alcançar o equilíbrio de diminuir a evasão e a retenção nos cursos, mas com a preocupação de ter uma formação de qualidade. Farão parte da mesa, professores de instituições como UFV, Ufra e Ufal,
Ao final do evento haverá uma plenária onde será elaborada a “Carta de Maceió”, com a memória do Fórum. O professor Custódio Luís Silva de Almeida, da Universidade Federal do Ceará, será o mediador das discussões para construção do documento. A partir do tema deste ano, “Qualificação da Educação Superior", serão elaboradas propostas para constar na Carta e, encaminhadas ao próximo Fórum Nacional, que será realizado em junho de 2013, em Recife.
Confira a programação completa do Forgrad Nordeste.
O Forgrad
O Fórum Brasileiro de Pró-reitores de Graduação (Forgrad) é constituído por todos os pró-reitores de Graduação, ou ocupantes de cargos equivalentes, das universidades e centros universitários. Os objetivos são formular políticas e diretrizes básicas que permitam o fortalecimento das ações comuns e inerentes às pró-reitorias, em nível nacional e regional; e contribuir para a formulação e implementação de políticas públicas de educação superior que visem ao pleno desenvolvimento do País, de forma articulada com órgãos governamentais e outros segmentos da sociedade civil.