Workshop discute Matemática em Educação a Distância

Evento reuniu mais de 130 participantes de Alagoas e de outros estados


- Atualizado em
Plateia composta por alunos de polos da educação a distância e de cursos presenciais
Plateia composta por alunos de polos da educação a distância e de cursos presenciais

Myllena Diniz – estudante de Jornalismo

Entre os dias 14 e 15 de novembro, mais de 130 pessoas participaram do 2º Workshop de Matemática em Educação a Distância, realizado nos auditórios do Laboratório de Computação Científica e Visualização (LCCV) e do antigo CSAU, no Campus A. C. Simões, em Maceió. O evento, promovido pelo Instituto de Matemática (IM) e pela Coordenadoria Institucional de Educação a Distância (Cied), reuniu professores dos ensinos superior e básico, estudantes das modalidades EaD e presencial, além de integrantes do Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional (Profmat).

Em mesa de abertura presidida pelo reitor Eurico Lôbo, o evento foi prestigiado pelo presidente da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), Hilário Alencar. Também participaram da cerimônia o pró-reitor de extensão, Eduardo Lyra; o pró-reitor de graduação, Amauri Barros; o diretor do IM, José Carlos de Almeida; o coordenador do curso de Matemática a distância, Ivan Araújo; e o representante da Cied, Carloney Alves.

Para Eurico Lôbo, a modalidade EaD é uma alternativa eficiente para a expansão do conhecimento no território brasileiro e os alunos que fazem parte desse processo merecem o reconhecimento da sociedade. “Os alunos são a linha de frente da educação e serão agentes multiplicadores do conhecimento, nas mais diversas áreas. Seguramente, daqui a mais 10 anos não teremos mais a distinção entre EaD e presencial, pois uma estará incorporada à outra. Nós temos um compromisso sério com a educação e temos o poder de levar o conhecimento à massa. Neste processo de formação, também é importante incluir as tecnologias da informação e olhar mais para essa metodologia”, refletiu.

Na visão do pró-reitor de graduação, Amauri Barros, a aposta na educação a distância começa a dar resultados no interior alagoano. “Há alguns anos, algumas sementes foram lançadas no Sertão de Alagoas. Elas foram regadas e os frutos começam a aparecer, que são os profissionais formados na região. Para isso acontecer, foi necessário planejamento. A gestão acreditou na modalidade EaD, que tem apresentado muita qualidade. Inclusive, nós observamos que a educação a distância também traz muitas contribuições para os cursos presenciais, como o uso de tecnologia em sala de aula. Além disso, destacamos o papel social dessa modalidade, pois ela possui uma clientela diferente, que trabalha o dia inteiro e que não concorre com alunos que fazem Enem. Não tem sido um trabalho fácil, mas o resultado é extremamente gratificante para todos nós”, salientou.

Sob a coordenação da professora Viviane Oliveira, a 2ª edição do evento reuniu estudantes de sete polos da Universidade Aberta do Brasil (UAB) com atuação na Ufal. Discentes de Maceió, Arapiraca, Palmeira dos Índios, Santana do Ipanema, Penedo, Maragogi e São José da Laje estiveram envolvidos em atividades e em discussões sobre o curso, bem como os desafios da EaD e do uso de tecnologia na formação de profissionais qualificados.

O professor Claudinei de Camargo Santana, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), deu início ao workshop com a palestra “O desenvolvimento de trabalhos cooperativos e colaborativos via Educação a Distância”. O docente revelou que utiliza dispositivos tecnológicos em sala de aula desde o trabalho na educação básica e que essa prática também traz contribuições importantes para a formação de professores. “As mudanças dos tempos modernos nos permitem verificar que, de certa forma, as escolas não possuem muros. Todas as categorias se sentem no direito de intervir na educação. Mas, onde fica o professor nessa história? Ele não aparece. Então, nosso objetivo é facilitar o desenvolvimento de trabalhos que fortalecem o professor e a sua práxis”, ressaltou.

Claudinei Santana também destacou como o projeto atingiu as escolas públicas baianas inseridas nas atividades e salientou a dificuldade de as instituições de ensino inserirem a Matemática em projetos interdisciplinares. “Tradicionalmente, a Matemática vive a mal fadada condição de disciplina de difícil compreensão. Mas é preciso discutir o que o profissional está fazendo e, para isso, ele precisa de embasamento teórico, que sustenta o que acontece em sua prática profissional. Os trabalhos cooperativos e colaborativos de educação me mostraram como a coletividade é importante para o aperfeiçoamento das discussões teóricas e práticas. Para isso, nossa motivação foi utilizar a metodologia dos projetos como parte integrante de um movimento contínuo de formação profissional e envolver os professores de Matemática e de Ciências em atividades desenvolvidas nas escolas”, explicou.

O professor Carlos Henrique Gonçalves, da Universidade de São Paulo (USP), também prestigiou o evento. Ainda no primeiro dia do encontro, ele ministrou a palestra “História da Matemática e Leitura de Textos Antigos: propostas para estudo”. No evento, os ouvintes também assistiram à apresentação do professor Ig Ibert Bittencourt, vice-coordenador da Comissão Especial de Informática na Educação da Sociedade Brasileira de Computação, sobre tecnologias para a aprendizagem de Matemática. Kleber Serra, coordenador do curso de Licenciatura em Física a Distância, e Hilda Sovierzoski, coordenadora do Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências e Matemática, também enriqueceram as discussões com palestras relacionadas às suas áreas de atuação.

O último dia de evento contou com mesa-redonda sobre a utilização da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), composta pelos professores Claudinei Santana, da Uesb; Carloney Oliveira, da Ufal; e Jackeline Félix, do setor de Audiovisual do Núcleo de Comunicação e Produção de Material Didático da Cied.

Integração entre os estudantes

A coordenadora do 2º Workshop de Matemática em Educação a Distância, Viviane Oliveira, avaliou os impactos do encontro entre os alunos da modalidade EaD. “O evento é uma forma de agregar a Matemática, a EaD e a tecnologia. Além disso, ele serve para mostrar que os alunos têm participação na Ufal, por meio de atividades de extensão. Isso faz com que eles sintam que são alunos da universidade e que fazem parte da instituição”, frisou.

Janaína Félix, aluna do polo de São José da Laje, participou das duas edições do evento e aprovou a proposta do projeto. “Eu acho muito importante uma atividade como essa, porque ela aprimora nossos conhecimentos. Aqui, nós temos a oportunidade de ter experiências com outros professores e com alunos de outras localidades. Alguns aprendizados adquiridos no workshop poderão ser levados para a sala de aula, quando formos docentes”, destacou.