Museu Théo Brandão e Instituto de Ciências Sociais promovem pós-graduação em Antropologia
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Jacqueline Batista – Jornalista colaboradora
Com o objetivo de capacitar profissionais para analisar e fazer uma reflexão crítica sobre as diferentes demandas sociais, políticas e culturais no campo da Antropologia, foi iniciado, no último dia 23, curso de especialização nessa área. Promovida pelo Instituto de Ciências Sociais (ICS) e pelo Museu Théo Brandão (MTB), a especialização marca um momento importante na história do Museu.
A realização de uma pós-graduação no Théo Brandão é a retomada de um interesse antigo do patrono do MTB. De acordo com o diretor do Museu, Wagner Chaves, na década de 1970, Théo Brandão já demonstrava interesse em promover o curso na instituição. “Esse casamento entre o Museu e a Antropologia é um desejo que está na origem dessa instituição. Théo Brandão colocava isso claramente. Encontramos uma carta do Théo para uma aluna, em que ele fala da intenção de criar uma pós-graduação em Ciências Sociais aqui. O fato de esse curso acontecer no espaço físico do Museu e ser uma proposta do Museu estabelece um encontro ou um reencontro com essa possibilidade que foi aberta na década de 70. A especialização em Antropologia cumpre um papel importante. É um marco tanto para o Instituto de Ciências Sociais quanto para o Museu”, afirmou Wagner, na aula inaugural do curso.
A coordenadora do curso, Sílvia Martins, disse que a especialização foi elaborada com o intuito de ser um desdobramento para um mestrado. De acordo com ela, há três linhas pesquisa: “Etnicidade e identidades sociais”, “Educação e diversidade” e “Cultura popular e patrimônio”. Sílvia também apresentou o blog, que será um canal de atualização de informações entre alunos e professores. O diretor do ICS, Evaldo Mendes, falou sobre a equipe de professores do Instituto e suas áreas de atuação.
A grande procura pelo curso e o nível dos alunos surpreenderam os professores. “Ficamos surpresos com o número de candidatos inscritos e com a participação de profissionais no curso, que são doutores em outras áreas”, disse a coordenadora.
Os alunos têm formação bastante heterogênea: Jornalismo, Enfermagem, Psicologia, Artes-Cênicas, História, Biblioteconomia, Ciências Sociais, Design, Serviço Social, Pedagogia e Museologia. Alguns já são professores da Ufal, mas estão buscando ampliar seus conhecimentos em outros campos, como é o caso do professor do curso de Biblioteconomia, Iuri Rizzi, que sentiu necessidade de adquirir uma formação mais teórica. Já o professor do curso de Pedagogia, Álamo Pimentel, que já tem um pós-doutorado em seu currículo, busca, com o curso, ter uma iniciação na área. “Sou pagão em Antropologia. Vim aqui para me batizar. Essa lacuna sempre me incomodou. Tenho muito desejo de trabalhar com educação e cultura popular”, disse.
Após a abertura do evento, o diretor do MTB apresentou a conferência “Conhecimento e emoção na mostra de longa duração do Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore”. Em seguida, houve a apresentação dos professores do curso. Cada docente falou sobre sua formação acadêmica, trabalhos de pesquisa e objetos de tese de doutoramento.