Aula inaugural do mestrado em Economia discute construção do espaço alagoano

Luiz Sávio de Almeida ministra palestra sobre produção e rotas históricas de acumulação em Alagoas


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Professor Luis Sávio de Almeida foi o convidado para proferir a aula
Professor Luis Sávio de Almeida foi o convidado para proferir a aula

Myllena Diniz – estudante de Jornalismo

As aulas do semestre 2013.1 já começaram e com elas as atividades do mestrado em Economia, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (Feac). Na quarta-feira (17), aula inaugural com a presença do professor Luiz Sávio de Almeida enriqueceu a formação de mais uma turma de pós-graduação da Universidade Federal de Alagoas.

Para ampliar as discussões e estimular a produção científica do curso stricto sensu, um convidado com currículo de peso. Luiz Sávio de Almeida é professor emérito da Ufal e do mestrado em Dinâmica do Espaço Habitado, também na instituição. O docente coordena, ainda, o Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Direito, Sociedade e Violência, do Centro Universitário Cesmac.

Segundo o diretor da Feac, Luiz Antônio Cabral, a participação de Almeida na aula inaugural é um privilégio. “Nossa faculdade tem a maior satisfação em receber o professor Luiz Sávio, uma referência para Alagoas e para o Brasil. A gente precisa reverenciar pessoas que nos inspiram pelo conhecimento acadêmico e pelo caráter. Para nossa felicidade, temos a presença dele aqui”, destacou.

Já o coordenador do mestrado em Economia, Francisco Rosário, ressaltou a diversidade do programa de pós-graduação. “A vinda do professor Luiz Sávio mostra a pluralidade que nós temos para a Economia. Nosso mestrado está com o objetivo de mostrar melhor Alagoas e isso implica um conhecimento geográfico da nossa região, sem abrir mão das prerrogativas das Ciências Econômicas”, ponderou.

O público, composto por alunos e professores da graduação e da pós-graduação, acompanhou atentamente as reflexões de um pesquisador com experiência em História do Nordeste. O tema levantado por ele foi a construção do espaço, da produção e das rotas históricas de acumulação em Alagoas.

Na palestra, Luiz Sávio de Almeida deixou clara a complexidade de estudos sobre o território alagoano. “A minha preocupação é avaliar Alagoas e saber o que é isso. Prefiro tratá-la como uma nebulosa. Há uma diferença radical entre o Estado de Alagoas e Alagoas. O primeiro nós podemos limitar com base em aspectos cartográficos, mas o segundo não. Onde estão as fronteiras econômicas, sociais, históricas e políticas? Onde se funda e o que significam as formas cotidianas?”, indagou o pesquisador.

O palestrante também destacou sua preocupação em fugir dos rótulos, de definições concretas sobre a região. “Como difundir a complexidade dos fatos cotidianos que vão galgando espaço na história? Eu prefiro pensar Alagoas de forma mais simples, entrar nessa nebulosa e refletir sobre ela. Eu encontro uma multiplicidade de questões tensas sobre o conjunto. Não procuro trazer Alagoas em definições categóricas, mas em discussões sobre o assunto”, ressaltou Almeida.

Na ocasião, o professor convidado recebeu a coleção completa da Revista de Economia Política do Desenvolvimento, da Feac. A publicação discute temáticas sobre o desenvolvimento econômico do Brasil e, em especial, da região Nordeste.