Crise econômica mundial em debate no Caiite

Atividade faz parte da Semana de Economia, que acontece durante o Congresso


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Fábio Guedes explicou o contexto das crises europeias e americana

Jhonathan Pino - jornalista

 “Desenvolvimento Econômico, a crise e a inserção periférica” fizeram parte da mesa redonda, composta pelos professores Fábio Guedes e Ana Maria Milani, ambos da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (Feac). Realizado na tarde da quinta-feira (11), os professores se revezaram nas apresentações para mostrar a origem das crises europeia e americana e a ascensão econômica dos países latinos americanos nesta última década.

Conforme o professor Fábio Guedes, a atual crise financeira mundial teve início com a bolha causada pela especulação imobiliária nos Estados Unidos, em 2005. “A comercialização das casas em grande velocidade estava atrelada a venda de diversos serviços financeiros, como os seguros”. O professor destacou que a origem dos recursos para financiar os empréstimos deu-se com a ascensão econômica do governo chinês, a partir da década de 90.

Com o endividamento das famílias americanas e o aumento das taxas de juros e desemprego no governo ianque houve retração do sistema bancário e consequentemente do comércio internacional. Para Fábio, a crise europeia seria reflexo de todo esse contexto negativo, aliado ao endividamento dos países europeus diante o sistema financeiro privado. “Com isso, há um cenário de redução do crescimento, das exportações, dos níveis de arrecadação e o crescimento dos déficits e da dívida pública nos países mais pobres da Europa”.

Na contra mão

Apesar de todo o cenário econômico desfavorável, Fábio e Ana Maria relataram que a primeira década do século XXI foi favorável aos governos latino-americanos. “Após a falência dos modelos neoliberais nestes países, durante as décadas de 80 e 90, houve uma mudança no contexto político, resultando na eleição dos partidos de centro-esquerda”, disse.

Ana Maria adicionou que esses partidos foram responsáveis por um redirecionamento na política do continente. Todos eles buscaram a superação da desigualdade social, problema comum entre eles, a partir do aumento de gastos públicos nas políticas sociais e com a contratação de pessoal. “O boom econômico injetou recursos nos países emergentes, criando o ciclo expansivo da economia entre 2005 e 2008. Outro fator favorável foi o aumento do comércio com a China. Mesmo com o pico da crise, em 2009, essa política não se reverteu” destaca Ana Maria.

A Feac continua os debates da Semana de Economia nesta sexta-feira, 26, com a Conferência “A nova dinâmica: avanços, retrocessos e relações de poder”, na sala Tamandaré.