Foguetes construídos em oficina do 1º Alagoas Caiite são lançados na praia

Depois de utilizar garrafas pet para construir foguetes, os alunos fizeram o lançamento numa olimpíada que classifica para a disputa nacional


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Professor Argolo dá as instruções aos competidores
Professor Argolo dá as instruções aos competidores

Manuella Soares - jornalista

O cenário não é de uma base espacial, mas o protocolo na praia de Jaraguá foi o mesmo: 3... 2...1... Contagem regressiva para o lançamento dos foguetes! Mais de 100, feitos de garrafa pet, foram lançados durante a 2ª Olimpíada Alagoana de Foguetes, organizada pelo professor Carlos Argolo, do Instituto de Física da Universidade Federal de Alagoas, no último sábado (27). Parte do material foi preparada numa oficina ministrada durante o 1º Alagoas Caiite - Congresso Acadêmico Integrado de Inovação e Tecnologia.

“É uma forma de motivar o jovem para a ciência. Esta é a única competição estadual do País e tenho certeza que Alagoas tem muitos talentos, a gente tem que valorizar as coisas boas da terra. Os jovens poderiam seguir outros caminhos, como a marginalidade, mas estão construindo foguetes!”, destacou o professor Argolo.

Os participantes levaram as peças construídas previamente até a praia do Jaraguá para o momento, segundo eles, mais divertido. Todas as normas de segurança foram garantidas com uma fita de isolamento na área, obedecendo a uma distância mínima entre o público que prestigiou e a base de lançamento.

Pensando numa maior inclusão dos interessados, o evento foi divido por categorias e, por isso, puderam participar estudantes dos ensinos fundamental, médio e superior. Os materiais utilizados para impulsionar os foguetes foram diferentes em cada uma delas, variando entre uma mistura de água e ar comprimido, até ácido acético diluído em 4% a 8% ou 20% de volume, no caso dos estudantes do ensino superior.

Competidores de outros estados

A segunda edição da Olimpíada de Alagoas também atraiu grupos de estudantes de instituições de outros estados, como Rio Grande do Norte e Ceará. O professor Erik Dantas Lima, do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) conta que encontrou inspiração do trabalho do professor Argolo e levou a ideia para a cidade de Natal. “Acho importante esse tipo de prática, porque desperta o interesse dos estudantes por outras áreas da ciência também”, comentou.

Técnica e habilidade foi a fórmula para alçar voo e atingir mais de 100 metros de distância, garantindo uma vaga na Olimpíada Brasileira de Foguetes. Mas alguns, tiveram que contar também com a sorte. Lígia Macedo, do Instituto Federal do Ceará, não conseguiu superar a marca do dia anterior, que foi de 143 metros, mas não desanimou. “Acho que passou muito tempo pra lançar e aí fermentou, mas vou tentar outra vez”, disse.

Extasiado com a oportunidade de participar mais uma vez da competição, o estudante Lucas Alexandre revela que a paixão pela Física surgiu desde o ensino médio, quando era monitor da disciplina no Instituto Federal de Alagoas (Ifal). Agora, já no bacharelado da Ufal, ainda não decidiu qual linha acadêmica vai seguir na profissão, mas a única certeza é sobre o que vai fazer nas horas vagas. “Isso aqui é o meu hobby! Quero que lançar foguetes seja a minha atividade de lazer para sempre!”, exclamou.

Consulte o blog da Olimpíada Alagoana de Foguetes e veja os resultados