Resultados de pesquisas de iniciação científica são apresentados no Caiite

Estudantes apresentam banners com dados de pesquisas


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Seção de banners movimenta 1º Alagoas Caiite

Myllena Diniz – estudante de Jornalismo 

Em apenas um local, trabalhos das mais diversas áreas. Durante seis dias de evento, o 1º Alagoas Caiite reúne alunos da graduação para exposição de trabalhos de iniciação científica e de extensão. Seção de banners montado em espaço central do evento mostra o que de melhor tem sido produzido nas instituições de Ensino Superior alagoanas.

Estudantes levam para fora das salas de aula pesquisas desenvolvidas durante meses. No caso de Adjane dos Santos, de Pedagogia, os estudos levaram dois anos. Ela realizou o trabalho A Questão Racial nas Escolas Públicas Estaduais de Maceió Contando um Pouco de História, a partir de experiência em oito escolas do Centro de Pesquisas Aplicadas (Cepa).

A Lei 10.639/03 prevê o ensino obrigatório da história e da cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas brasileiras, públicas e privadas. Segundo Adjane dos Santos, a exigência é um avanço para a prática pedagógica. “Muitos livros colocam o negro em posição inferior, subserviente, marginal. É tão comum o negro ser associado a coisas ruins que algumas crianças negras não se reconhecem como tais nos questionários que aplico. O objetivo da lei é valorizar o negro e desmistificar o que o que já foi difundido por muitos anos. Precisamos ressaltar que o negro não é escravo, ele foi escravizado”, explicou. 

A estudante de Pedagogia percebeu que, após dez anos, a norma não é uma prática constante nas instituições de ensino alagoanas. “Depois de aplicar questionários com alunos, professores e gestores de escolas locais, detectei que o ensino da cultura afro não está presente nas atividades pedagógicas, mesmo sendo tão importante para nossa história. O motivo é a falta de material didático e de formação qualificada para questões raciais”, revelou. 

Diversidade e trabalhos

Química, Biologia, Geografia, Física, Comunicação Social, Economia e muitas outras áreas são destaque na exposição. Um trabalho desenvolvido por Leandro Miranda, estudante de Ciências da Computação, cria novidades para o universo da computação gráfica. 

Intitulada Reconhecimento de Poses em Tempo Real Usando Imagens de Profundidade e Máquina de Suporte Vetorial, a pesquisa de Leandro reconhece poses de corpos com imagens detalhadas. “Utilizamos a câmera do Xbox [console de videogame fabricado pela Microsoft] e, com o kinect [sensor de movimentos], extraímos imagens em profundidade. Isso permite a esqueletização do corpo”, explicou. 

Após treinamento de 20 poses, a máquina conseguiu armazená-las e classificá-las. O trabalho também permitiu o mesmo resultado com gestos, ou seja, sequência de poses. “Quando batemos palma, o vídeo dá play. Quando movimentamos a mão, o sistema reconhece e movimenta os slides de uma apresentação para o lado que indicamos”, exemplificou Leandro Miranda. 

A pesquisa foi selecionada para a última edição do Simpósio Brasileiro de Computação Gráfica e Processamento de Imagens (Sibgrap), em 2012, em Ouro Preto.

Os visitantes também podem conferir trabalhos sobre gestão de turismo, inclusão financeira produtiva e outros assuntos de interesse da população.