Temática indígena movimenta 1º Alagoas Caiite
O debate abre a Semana das Nações Indígenas de Alagoas e Sergipe
- Atualizado em
Diana Monteiro - jornalista
No segundo dia do 1º Alagoas Caiite, uma das palestras mais concorridas foi a que tratou sobre “O visível e o dizível: imagens dos indígenas no imaginário da sociedade alagoana”, abrindo a II Semana das Nações Indígenas com participação de representantes de comunidades indígenas de Alagoas e Pernambuco.
O debate sobre a temática indígena centrou-se no desrespeito aos direitos à cidadania dos indígenas garantida pela Constituição foi colocado na oportunidade pelos debatedores. “A imagem que a sociedade tem do índio e que gosta de ver é sempre com o corpo pintado, com cocal, e apenas essa imagem e ensinada nas escolas para as crianças”, disse o indígena José Fernandes Ferreira, do curso de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), acrescentando a luta histórica dos povos (desde o Descobrimento do Brasil em 1500) contra a discriminação ainda evidente.
A demarcação de terras atualmente consiste no maior conflito no país, e em Alagoas, a situação não é diferente e desistir foge à característica do indígena, acostumado a enfrentar obstáculos e mesmo reconhecido pela sociedade, na prática a realidade é outra. A II Semana Indígena, que ocorre na Sala Temática Siriguela enfocou também no primeiro dia a “Educação escolar indígena em Alagoas: diferenças, identidades e cultura” . Nesta quarta-feira, 24, o tema central dos debates trata sobre “Educação Superior Indígena em Alagoas”.
Coco de Roda atrai público
A programação cultural do segundo dia do Alagoas Caiite teve início com o Coco de Roda do bairro do Clima Bom, formado por jovens daquela comunidade, alunos da Escola Estadual Benedita Castro. Ao falar da integração do grupo, que animadamente dançaram o empolgante ritmo, a coordenadora do grupo Rosângela Santos disse que o grupo é sempre convidado para se apresentar em eventos e está inscrito no concurso junino a se realizar em Jaraguá, promovido pela Prefeitura de Maceió.
“O grupo não recebe nenhum patrocínio e para as despesas mobiliza-se fazendo cotas entre os integrantes. Para eles, dançar coco de roda é um lazer, o que é bastante saudável e só faz bem, principalmente pela fase de vida que atravessa, a adolescência”, disse Rosângela.