Celebração dos 40 anos do Corufal

Dois concertos, popular e erudito, estão na programação e previstos para os meses de julho e setembro próximos, no Teatro deodoro


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Apresentações do Corufal na abertura do 1º Alagoas Caiite, realizado no último mês de abril
Apresentações do Corufal na abertura do 1º Alagoas Caiite, realizado no último mês de abril

Renata Menezes e Marcel Henrique – estudantes de Jornalismo

Este ano, o Coro da Universidade Federal de Alagoas (Corufal) comemora 40 anos de criação. Criado em 25 de janeiro de 1973, o Corufal era formado, inicialmente, por pessoas ligadas ao setor de Artes da Universidade e, com o passar do tempo, foi envolvendo outros cursos e atraindo também adeptos de fora da academia.

Para comemorar os 40 anos de fundação, está programada a realização de dois concertos, popular e erudito, em julho e setembro próximos, dentro da programação do Projeto Quinta Sinfônica, realizado no Teatro Deodoro. Segundo Gustavo Lima, regente desde 1998, a realização do concerto erudito tem como principal objetivo a disseminação dessa música em Maceió. “Temos em mente utilizar na apresentação alguma composição de autores clássicos como Mozart e Beethoven, até porque a música erudita não é muito abordada aqui e vemos o concerto como uma forma de levá-la ao público, a fim de criar um vínculo erudito com a comunidade em geral”, explicou.

A formação do grupo

O músico Benedito Fonseca, idealizador do coro e seu primeiro regente, sempre defendeu, de forma obstinada, a relevância do grupo para a formação intelectual em todas as suas ramificações. E essa ideia permaneceu viva pelos regentes que o sucederam: Maria Augusta, Osvaldo Lupi e, atualmente, Gustavo Campos.

No início, a composição do grupo era restrita a alunos e ex-alunos da universidade, contando com cerca de 30 cantores. Anos após sua fundação, houve a abertura para integrantes da comunidade que já possuíam experiência na área musical, totalizando 70 cantores atualmente. Essa abertura torna o Corufal particular dentre os outros coros universitários, que geralmente são compostos apenas por representantes do corpo acadêmico.

Em termos numéricos, existe um equilíbrio entre os cantores. “Podemos dizer que temos 50% do coro formado por representantes da comunidade e 50% de acadêmicos, englobando professores e alunos. Enfim, abrimos a composição para a comunidade justamente para atribuirmos ao grupo características de coro com todas as nuances necessárias”, afirmou Gustavo Lima.

Além dos cantores, o Corufal conta com uma parte técnica formada pelo maestro Gustavo Lima, pela maestrina substituta Maria das Vitórias, por Claudinete Lima, preparadora vocal, e por Guido Lessa, professor de teoria musical. Cada membro recebe uma preparação vocal e teórica, além de contar com um pianista, um maestro e um substituto para exercitar o repertório, mesmo não sendo aluno da Ufal. O grupo ainda conta com bolsistas de diversos cursos da Universidade, que passam por um teste de aptidão para fazer parte do coral.

Outro ponto que deve ser salientado é a preocupação com a formação de seus alunos, sobretudo os graduandos no curso de Licenciatura em Música. Há alguns anos, houve um acordo entre a coordenação do departamento de Artes da Ufal e o coro para que os discentes que estão matriculados na disciplina Canto–coral possam optar por estar presentes em sala de aula ou estar participando das atividades do coral, o que conta como requisito para avaliação na disciplina.

Segundo Gustavo, dessa forma, os professores puderam ver que estavam realmente aproximando os alunos da realidade do coro, mostrando a eles todas as particularidades, desde um ensaio e uma preparação vocal até as outras etapas. “Esse mecanismo foi criado para que o alunado viesse cantar conosco e pudéssemos contribuir diretamente na formação desses jovens cantores”, frisa.

Trajetória do Corufal

Em sua trajetória, o Corufal já fez mais de mil apresentações, fazendo-se presente em eventos culturais que vão desde festivais a concertos sacros. Em 1972, antes mesmo de ser oficializado pelo Conselho Universitário, o grupo ficou em terceiro lugar no 2º Festival Panamericano de Coros, realizado em Porto Alegre. No mesmo ano, os cantores viajaram também para Brasília e Sergipe para participar de atividades.  

Regente do coro entre 1976 e 1984, Maria Augusta se lembra com alegria das viagens realizadas pelo grupo. “Viajamos muito, fomos à Bahia, ao Maranhão, ao Ceará, a Brasília e muitos outros lugares”, contou a maestrina. Em sua passagem pelo Maranhão, ela recebeu o prêmio de melhor regente feminina, devido à execução da música “Atenção”, que unia canto e coreografia.

Hoje, o Corufal realiza concertos de rotina, quando são solicitados para solenidades da universidade, como congressos e seminários, e concertos especiais, abertos ao público em geral. Além disso, o grupo participa de encontros e festivais. Segundo Gustavo Lima, nos últimos anos, foram realizadas apresentações no Rio Grande do Norte, no Espírito Santo, em Santa Catarina e no Paraná, entre outros estados.

Uma novidade deste ano é a participação do Corufal no projeto Concerto Didático, realizando apresentações para estudantes de escolas de ensino fundamental das redes pública e privada, em parceria com a Orquestra Sinfônica da Ufal. Além disso, o grupo ainda participa de algumas apresentações do projeto Quinta Sinfônica, também em parceria com a Orquestra. O evento é aberto ao público e realizado na última quinta-feira de cada mês, no Teatro Deodoro. Com essa permanente atuação, o Corufal vem se consolidando, em Alagoas, como o grupo de mais longa duração na modalidade canto-coral.

Clique aqui e leia a íntegra da matéria que foi publicada no Caderno Saber, do Jornal Gazeta de Alagoas, edição de sábado, 4 de maio

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